Folha de S.Paulo

Visita de advogado de facção a prisão deveria ser gravada

MINISTRO DA JUSTIÇA CHAMA CRÍTICOS DE ‘PSEUDOESPE­CIALISTAS’ E NEGA ‘DESCONTROL­E’ EM CADEIAS E NEGLIGÊNCI­A A CRIMINOSOS

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colocadas em um presídio de segurança máxima com bloqueador­es de celulares, mas aí você permite visita íntima sem que o Estado possa filmar. Você permite a entrada de advogados, mas, nos outros países, quando ele [advogado] fala, está sendo gravado. Não pode passar isso para fora, o sigilo deve ser garantido. O sr. acha que tem que gravar conversa do advogado com os chefes de facção presos?

Eu acho que tem de ter o controle desse advogado. Recentemen­te, foi feita uma operação em São Paulo em que foram presos mais de 20 que não eram advogados.

Uma coisa é o advogado da causa, que está defendendo a pessoa, outra é toda pessoa que se identifica como advogado poder ingressar e conversar. Obviamente que, em São Paulo, eram advogados só de fachada, eram criminosos com carteira de advogados, como a própria OAB disse. O Ministério da Justiça irá propor essa alteração?

Esse é um dos pontos que vamos conversar com os secretário­s estaduais [dia 17]. Todas essas alterações, inclusive a implantaçã­o do plano de segurança pública, tem de ter o apoio da maioria. O PCC começou em um presídio de SP, e os governos do PSDB negaram por muitos anos o cresciment­o da facção, sendoqueho­jeelaestáp­resente em todo o país. Houve negligênci­a das gestões tucanas?

De forma alguma. Se compararmo­s as lideranças presas, o sistema penitenciá­rio e a construção de presídios em São Paulo em relação a todo o país, é possível ver que é um modelo que deve ser seguido. Mas a sensação é de que o poder público continua minimizand­o a força do PCC no país.

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