Não existe o centrão. Sou candidato do PTB. Meu partido me deu total respaldo.
Folha - Sua candidatura é um projeto pessoal?
Jovair Arantes - É um projeto de um grupo de deputados que está sofrendo a baixa que a Câmara sofreu diante da comunidade. É o pior momento desde a redemocratização. Um exemplo claro disso é a tentativa de se rasgar a Constituição para fazer uma candidatura objetivando um interesse pessoal. Não podemos expor a Casa para ela ficar tutelada pela Justiça. Sua eventual gestão vai ser de valorização do baixo clero?
Não acredito que existe o baixo clero. Você tem que levar em consideração que qualquer deputado que for eleito em qualquer canto do país tem que ter protagonismo porque representa o desejo de uma comunidade. Vai pautar a reforma da Previdência?
Vamos botar para votar, discutir. Todo projeto chega aqui como uma joia bruta. Você tem que lapidar. É preciso discutir de forma efetiva para amaciar a votação em plenário. O Planalto está interferindo?
De certa forma, interferiu. No momento em que o presidente da República diz que não vai interferir, que não aceita interferência, e no outro dia tem uma reunião do possível candidato Maia no Recife e vão ministros que não são do partido dele, acho que há uma interferência. [Após a entrevista, Jovair se reuniu com Michel Temer e disse à Folha ter ouvido dele que não há preferência por nenhum candidato]. O sr. diz que sua candidatura não é pelo centrão. É uma tentativa de se descolar de Eduardo Cunha? Sua proximidade com Cunha quando ele era presidente é uma sombra?
Longe disso. Sou líder do PTB há dez anos. Passaram nesse tempo vários presidentes e minha proximidade foi com todos. É minha função como líder ter proximidade com todos os presidentes.