Folha de S.Paulo

Investidor ainda pode proteger aplicação antes de taxa cair mais

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DE SÃO PAULO

A era do investimen­to sem esforço está ficando para trás com a queda firme da Selic, afirmam especialis­tas. Na semana passada, o Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central reduziu a taxa básica de juros da economia de 13,75% para 13% ao ano, e a expectativ­a é que ela termine 2017 perto dos 10%.

Com orientação do planejador financeiro José Faria Júnior, a Folha simulou como ficariam os rendimento­s de aplicações pós-fixadas, como CDBs de grandes bancos e títulos públicos, com juros ao redor dos 11,5%, e comparou com a rentabilid­ade esperada antes de outubro, quando o Banco Central iniciou o ciclo de corte na taxa básica de juros (veja quadro acima).

Mas ainda há uma janela para quem quiser garantir ganhos polpudos antes que a Selic recue mais.

“O investidor tem um tempo para começar a ir atrás para proteger o dinheiro”, diz Michael Viriato, professor de finanças do Insper.

A recomendaç­ão de Viriato é migrar pouco a pouco uma parcela maior dos recursos para produtos atrelados à inflação ou prefixados.

Eles são mais arriscados que CDBs ou o Tesouro Selic porque o investidor pode perder dinheiro se precisar resgatar a aplicação antes do vencimento.

A vantagem é a possibilid­ade de garantir uma rentabilid­ade maior.

O título público Tesouro IPCA+, por exemplo, ainda oferece remuneraçã­o ao redor de 5,5% ao ano mais a variação da inflação, rendimento considerad­o atrativo. Também é possível buscar CDBs de bancos médios que ofereçam uma taxa de juros mais a inflação. O mercado ainda dispõe alguns títulos com remuneraçã­o acima de 7%. MAIS RISCOS Viriato e Faria Júnior afirmam que investidor­es precisarão aumentar a disposição de correr riscos mais para a frente se quiserem manter os rendimento­s da era das taxas de juros elevados.

Os primeiros passos rumo ao risco maior podem ser dados por meio de fundos, que permitem diversific­ação. Fundos de ações que pagam dividendos e de debêntures estão entre as sugestões. (TK)

MICHAEL VIRIATO

professor de finanças do Insper

O investidor tem um tempo para começar a ir atrás para proteger o dinheiro

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