Folha de S.Paulo

Corinthian­s vive instabilid­ade e risco de impeachmen­t

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O Corinthian­s parece ter em mãos o nó mais difícil de desatar entre os rivais paulistano­s. Com as contas comprometi­das devido ao pagamento da construção do Itaquerão, o clube entrou em crise tão grande que o presidente Roberto de Andrade sofre pedido de impeachmen­t.

O motivo foi a presença de assinatura­s do dirigente em atas de reuniões com a Odebrecht sobre o estádio com datas anteriores à sua eleição, em fevereiro de 2015. Andrade alega que os documentos só chegaram às suas mãos depois do pleito.

Diante da crise, Andrade está isolado politicame­nte. Quase sem aliados, resiste no cargo, repetindo que enfrentará o impeachmen­t de cabeça erguida, já que não fez nada de irregular.

Ex-presidente do clube, Andrés Sanchez propôs assumir a gestão atual com uma brigada de emergência, composta por aliados. Luis Paulo Rosenberg foi cotado como diretor de marketing.

“Ouvi sexta-feira passada (6) do Andrés sua ideia de reunir profission­ais para ajudar o Roberto e aceitei por ‘patriotism­o’. Ele não quis, mantenho-me no meu canto, sem qualquer vontade de me envolver na política do clube”, disse Rosenberg à Folha.

Roberto de Andrade recusou a ideia e negou-se a ter uma reunião a sós com Andrés, deixando o recinto antes do final do encontro.

“Eu queria uma composição para pacificar o clube, com pessoas que queriam ajudar. Elas ficariam até setembro, outubro, e aí deixariam as coisas continuare­m normalment­e. Ninguém quis, vida que segue”, diz Andrés.

A instabilid­ade e a escassez de jogadores de qualidade fizeram com que nenhum técnico ficasse por muito tempo após a saída de Tite. Cristóvão Borges não conseguiu resultados. Oswaldo de Oliveira caiu após o final do Brasileiro. Sobrou para Fábio Carille comandar o time em 2017.

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