Folha de S.Paulo

Elite artística recusa convites para cerimônia

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DE WASHINGTON

A política imitou a arte. Antes dos deputados democratas, artistas já haviam aberto a temporada de boicote a Trump. Grandes nomes da música como Elton John, Céline Dion, Andrea Bocelli e outros que Trump queria para animar a sua posse recusaram o convite.

Restaram alguns artistas B, mas até esses estão deixando o barco. Pressionad­a por “milhares de e-mails” de protesto, a banda B-Street, que faz cover de Bruce Springstee­n, desistiu de tocar na posse. Springstee­n apoiou ativamente a democrata Hillary Clinton e fez campanha contra Trump.

Irritado com o boicote, o presidente eleito disparou numa rede social: “A chamada lista ‘A’ de celebridad­es quer ingressos para a posse, mas olhem o que fizeram pela Hillary. NADA. Eu quero o POVO!”, escreveu.

Uma das atrações confirmada­s na posse é o grupo de dança Rockettes, famoso pelos espetáculo­s na casa de shows Radio City Music Hall, em Nova York. Nem todas as dançarinas estarão à vontade. Uma delas, Phoebe Pearl, escreveu que está “envergonha­da e decepciona­da”.

A classe artística costuma apoiar em peso o Partido Democrata, mas nesta eleição o sentimento dominante foi de aversão a Trump.

Atores, músicos e artistas de várias áreas assinaram manifestos e foram a público contra o bilionário, que passou os últimos anos convivendo com celebridad­es.

Dois dos maiores atores de Hollywood, Meryl Streep e Robert DeNiro deram depoimento­s contundent­es contra Trump. Os comícios de Hillary eram recheados de estrelas da música pop como Beyoncé, mas isso não foi o suficiente para a vitória.

Resta aos derrotados o humor, e ele promete ser uma arma poderosa de oposição ao bilionário.

Alec Baldwin, elogiado pela paródia que fez do republican­o, disse que aceita participar da posse se puder cantar o sucesso da banda AC/ DC: “Highway to Hell” (Estrada para o Inferno).

(MN)

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