Promotores sul-coreanos pedem prisão de herdeiro da Samsung
Lee Jae-young é acusado de pagar propina a amiga de presidente
O Ministério Público da Coreia do Sul pediu nesta segunda-feira (16) a prisão de Lee Jae-young, herdeiro do conglomerado Samsung, por doações feitas a Choi Soon-sil, amiga da presidente afastada Park Geun-hye.
Vice-presidente da Samsung Electronics, braço de eletroeletrônicos da empresa, Lee é filho de Lee Kun-hee, presidente do Grupo Samsung, cuja atividade em diferentes áreas representa 20% do PIB sul-coreano.
Segundo os promotores, a Samsung teria doado 20 bilhões de wons (R$ 55 milhões) às fundações dirigidas por Choi e a aplicação de 23 bilhões em um suposto programa de treinamento de cava- leiros sul-coreanos na Alemanha que, dentre os beneficiários, estava a filha de Choi.
Para os investigadores, o dinheiro enviado às entidades era uma forma de extorsão praticada pela amiga em troca de usar a influência dela com a mandatária para obter favores para as empresas.
Neste caso, o suborno seria para que o governo aprovasse a fusão da unidade petroquímica da companhia com sua divisão de construção e comércio. A fusão era criticada pelos acionistas minoritárias, mas recebeu o aval do Fundo Nacional de Pensões, vinculado ao governo e que tinha participação em uma das empresas.
O herdeiro da Samsung havia sido interrogado na última quinta-feira (12) pela força-tarefa que investiga o escândalo, que levou Park a um processo de impeachment ainda em andamento.
Também foram feitas buscas em prédios da companhia em Seul. Outros quatro dos grandes conglomerados sulcoreanos são investigado pelas doações às fundações da amiga da presidente —Hyundai, SK, LG e Lotte.
Além das acusações por corrupção, Lee Jae-young ainda responderá por perjúrio por dizer a uma comissão parlamentar que as transferências não tinham sido uma troca de favores do governo.
Em nota, a Samsung disse que o pedido do Ministério Público “era difícil de entender” e que espera “uma boa decisão” dos tribunais que avaliarão o processo.