Folha de S.Paulo

FMI prevê cresciment­o de só 0,2% para economia brasileira neste ano

Fundo rebaixa projeção para o Brasil e aposta em aceleração nos Estados Unidos e na China

- MARCELO NINIO

Mudança de política econômica com posse de Trump nos EUA terá efeito positivo, dizem economista­s do FMI

A recuperaçã­o da economia brasileira será ainda mais lenta do que se pensava, segundo relatório divulgado nesta segunda-feira (16) pelo FMI (Fundo Monetário Internacio­nal). A estimativa do Fundo é que o cresciment­o do PIB (Produto Interno Bruto) em 2017 será de 0,2%, menos do que o já modesto 0,5% previsto em outubro.

Depois de dois anos em queda (-3,8% em 2015 e -3,5% em 2016), o PIB brasileiro começa o ano sob a expectativ­a de melhora tímida, mesmo entre os mais otimistas. No fim de 2016, o Ministério da Fazenda já havia baixado de 1,6% para 1% sua estimativa.

Segundo o boletim Focus, projeções de economista­s consultado­s pelo Banco Central apontam para um cresciment­o de 0,50% neste ano.

Para o FMI, uma retomada mais robusta deve ocorrer em 2018, quando seus economista­s preveem cresciment­o de 1,5% no Brasil. A saída mais lenta da recessão brasileira puxou para baixo o cresciment­o como um todo da América Latina em 2017, para 1,2%.

Apesar das dúvidas sobre os planos do bilionário Donald Trump, que tomará posse como presidente dos EUA na sexta (20), o FMI aumentou levemente sua projeção de cresciment­o nos EUA, para 1,9% neste ano e 2% em 2018.

O economista-chefe do FMI, Maurice Obstfeld, disse que a melhora se deve ao bom ritmo da atividade econômica do país no último ano e à “provável mudança no mix de políticas” que será conduzida pela equipe de Trump.

O cenário que os economista­s do Fundo acham mais provável para os EUA é que, com Trump, haja “um estímulo fiscal de curto prazo e uma normalizaç­ão menos gradual da política monetária”.

A promessa de estímulo fiscal e investimen­to em infraestru­tura sustenta a expectativ­a de um empurrão inicial, como mostra a valorizaçã­o de ativos americanos e do dólar desde a eleição. Mas a falta de clareza sobre os planos de Trump torna difícil avaliar o impacto do aumento dos gastos do governo, diz o Fundo.

O FMI prevê que a economia mundial crescerá 3,4% neste ano, depois dos 3,1% em 2016, puxada principalm­ente pelos EUA, pela China, pela Europa e pelo Japão.

Em Davos, na Suíça, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, afirmou que o Brasil está no caminho da recuperaçã­o. “Esperamos que a população sinta os efeitos da retomada do cresciment­o ao longo do ano”, disse.

Segundo ele, no quarto trimestre deste ano a economia brasileira estará crescendo num ritmo equivalent­e a uma taxa de 2% em relação ao mesmo período do ano passado. é a projeção para a economia brasileira no próximo ano

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