Nobre rompe com presidente do Palmeiras
FUTEBOL Ex-aliado, cartola se irritou com decisões de Maurício Galiotte e quer voltar ao clube
Uma reverência à torcida organizada Mancha Alvi Verde logo após o título do Campeonato Brasileiro foi o ponto inicial de uma briga entre ex-presidente do Palmeiras, Paulo Nobre, e o sucessor, Maurício Galiotte.
Há quinze dias os ex-aliados estão rompidos. A rusga que começou com o aceno do atual presidente ao torcedores organizados, com quem Nobre esteve rompido durante sua gestão, teve o ápice com uma decisão de Galiotte sobre a situação da candidatura de Leila Pereira, dona da Crefisa, patrocinadora do clube, ao conselho palmeirense.
Sempre contrário à ideia de dar espaço à empresária, o ex-presidente foi informado por um diretor palmeirense que Galiotte tinha aceitado o pedido de Leila antes mesmo de tomar posse.
O caso irritou o ex-presidente, que tentou impugnar a candidatura sob a alegação de que a empresária não tinha tempo suficiente como sócia para assumir tal função.
Nobre teve desentendimentos públicos com Leila ao longo de seu mandato.
A empresária tem o projeto de se tornar presidente do Palmeiras, algo que pode se chocar com as pretensões do seu desafeto, que quer voltar a ocupar o cargo em 2018.
Outro fato que enfureceu Nobre foi a absolvição de Arnaldo Tirone, presidente do clube entre 2011 e 2012. Ele teve a sua suspensão de um ano votada pelo Conselho Deliberativo em dezembro, mas escapou da punição por não haver o número de votos necessários para aprovar a medida.
O ex-mandatário correu o risco de ser punido já que as contas do seu segundo ano de mandato não foram aprovadas. Ele foi absolvido graças a conselheiros que estiverem na sessão, firmaram a lista de presença, mas não votaram.
Nobre enxergou as desistências como uma manobra de Galiotte para agradar a Crefisa. José Roberto Lamacchia, dono da empresa, é muito próximo de Tirone e sua absolvição agradaria a patrocinadora.
O rompimento de Nobre e Galiotte foi sacramentado no dia 1º de janeiro. Pessoas próximas aos dois cartolas confirmaram a briga à Folha.
No encontro, Nobre ouviu do atual mandatário que ele deixaria a decisão sobre a impugnação de Leila Pereira para o Conselho decidir. Segundo Galiotte, a relação com a parceira é boa e ele não pretende sacrificá-la.
Nobre, então, decidiu cortar as relações e se afastou do atual gestão. Desde então, os dois cartolas não se falam.
O ex-presidente emprestou cerca de R$ 100 milhões ao clube durante seu mandato. A dívida é paga em parcelas mensais, com o repasse de 10 % de tudo o que o Palmeiras arrecada.
Pessoas próximas a Galiotte informaram que Nobre teria pedido para assumir um cargo para comandar o departamento de futebol do Palmeiras. O atual presidente vetou a ideia.