Folha de S.Paulo

Nobre rompe com presidente do Palmeiras

- EDUARDO RODRIGUES GUILHERME SETO

FUTEBOL Ex-aliado, cartola se irritou com decisões de Maurício Galiotte e quer voltar ao clube

Uma reverência à torcida organizada Mancha Alvi Verde logo após o título do Campeonato Brasileiro foi o ponto inicial de uma briga entre ex-presidente do Palmeiras, Paulo Nobre, e o sucessor, Maurício Galiotte.

Há quinze dias os ex-aliados estão rompidos. A rusga que começou com o aceno do atual presidente ao torcedores organizado­s, com quem Nobre esteve rompido durante sua gestão, teve o ápice com uma decisão de Galiotte sobre a situação da candidatur­a de Leila Pereira, dona da Crefisa, patrocinad­ora do clube, ao conselho palmeirens­e.

Sempre contrário à ideia de dar espaço à empresária, o ex-presidente foi informado por um diretor palmeirens­e que Galiotte tinha aceitado o pedido de Leila antes mesmo de tomar posse.

O caso irritou o ex-presidente, que tentou impugnar a candidatur­a sob a alegação de que a empresária não tinha tempo suficiente como sócia para assumir tal função.

Nobre teve desentendi­mentos públicos com Leila ao longo de seu mandato.

A empresária tem o projeto de se tornar presidente do Palmeiras, algo que pode se chocar com as pretensões do seu desafeto, que quer voltar a ocupar o cargo em 2018.

Outro fato que enfureceu Nobre foi a absolvição de Arnaldo Tirone, presidente do clube entre 2011 e 2012. Ele teve a sua suspensão de um ano votada pelo Conselho Deliberati­vo em dezembro, mas escapou da punição por não haver o número de votos necessário­s para aprovar a medida.

O ex-mandatário correu o risco de ser punido já que as contas do seu segundo ano de mandato não foram aprovadas. Ele foi absolvido graças a conselheir­os que estiverem na sessão, firmaram a lista de presença, mas não votaram.

Nobre enxergou as desistênci­as como uma manobra de Galiotte para agradar a Crefisa. José Roberto Lamacchia, dono da empresa, é muito próximo de Tirone e sua absolvição agradaria a patrocinad­ora.

O rompimento de Nobre e Galiotte foi sacramenta­do no dia 1º de janeiro. Pessoas próximas aos dois cartolas confirmara­m a briga à Folha.

No encontro, Nobre ouviu do atual mandatário que ele deixaria a decisão sobre a impugnação de Leila Pereira para o Conselho decidir. Segundo Galiotte, a relação com a parceira é boa e ele não pretende sacrificá-la.

Nobre, então, decidiu cortar as relações e se afastou do atual gestão. Desde então, os dois cartolas não se falam.

O ex-presidente emprestou cerca de R$ 100 milhões ao clube durante seu mandato. A dívida é paga em parcelas mensais, com o repasse de 10 % de tudo o que o Palmeiras arrecada.

Pessoas próximas a Galiotte informaram que Nobre teria pedido para assumir um cargo para comandar o departamen­to de futebol do Palmeiras. O atual presidente vetou a ideia.

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Levi Biancho/Brazilphot­opress/Folhapress Paulo Nobre abraça Maurício Galiotte no dia da eleição

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