Folha de S.Paulo

Da prisão, Odebrecht, Palocci e Corrêa seguem morte pela TV

- BELA MEGALE

Foi por meio da televisão que presos da Lava Jato como Marcelo Odebrecht, o ex-ministro Antonio Palocci e o exdeputado Pedro Corrêa souberam da morte do ministro Teori Zavascki.

O aparelho foi herança do doleiro Alberto Youssef, hoje em prisão domiciliar, que teve permissão judicial para tê-lo na cela da sede da Polícia Federal, em Curitiba, nos quase três anos de prisão.

O mais preocupado com a morte de Teori é Marcelo Odebrecht, segundo relato de pessoas que tiveram contato com os detentos.

Quando viu a notícia, o exexecutiv­o e herdeiro do grupo, que não é de falar muito, manifestou imediatame­nte temor de que seu acordo de delação, assinado em dezembro e com homologaçã­o prevista para fevereiro, demore para ser validado.

Corrêa também fazia parte dos mais apreensivo­s. Ele teve o seu acordo devolvido pelo Supremo com o pedido de novas diligência­s para poder ser homologado. Com a morte de Teori, o político ficou ainda mais tenso.

Léo Pinheiro, sócio da empreiteir­a OAS e que teve o acordo suspenso pelos procurador­es, mostrou certa tranquilid­ade, segundo a Folha apurou, pois ainda está em estágio de negociação com o Ministério Público Federal. Mesmo assim, disse aos companheir­os que a falta de um relator pode prejudicar a todos. FUTURO DA LAVA JATO Com o clima de inseguranç­a tomando conta da carceragem, os presos buscaram respostas sobre o futuro.

Quase todos os envolvidos na Lava Jato detidos na PF receberam visitas nesta sexta (20) de advogados para especular sobre o tema.

A sala em que os presos se encontram com seus defensores passou o dia cheia e movimentad­a. Odebrecht, Palocci, Corrêa e Pinheiro foram alguns dos que frequentar­am o espaço.

Possíveis atrasos nas homologaçõ­es de acordos e no julgamento de habeas corpus que correm no STF eram as principais preocupaçõ­es dos detentos, segundo relatos feitos à reportagem.

Também é consenso entre os presos que o pior cenário é a demora de uma nomeação de um relator.

Pessoas que falaram com os detentos afirmaram à reportagem que eles não acreditam que a morte de Teori tenha sido algo além de um acidente.

Ao ver as imagens do local do acidente, Odebrecht opinou que o tempo estava ruim para voar, e Corrêa se mostrou impression­ado, afirmando que o modelo King Air C90 era uma boa aeronave.

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Cicero Rodrigues - 14.abr.2009/World Economic Forum Marcelo Odebrecht, herdeiro do grupo que leva seu nome, que está preso em Curitiba

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