Multidão que compareceu à posse é retrato fiel do país
DA ENVIADA ESPECIAL A WASHINGTON
Mais de 1,8 milhão de pessoas invadiram os gramados do Capitólio e do National Mall, sob um frio de -8º C, para assistir à cerimônia de posse do presidente Barack Obama em 20 de janeiro de 2009, em seu primeiro mandato.
Eram negros, brancos, hispânicos, asiáticos, gays, mulheres, que festejavam o fato de que um homem negro, cujo segundo nome era Hussein, podia ser eleito presidente dos Estados Unidos.
“Se alguém ainda duvida de que a América é o lugar onde tudo é possível, o dia de hoje é a resposta”, disse Obama ao ser eleito.
Quando a cantora Aretha Franklin cantou o hino americano, muita gente chorou. Eu quase chorei.
Nas ruas, as pessoas acompanhavam notícias sobre a posse em seus Blackberries e iPhones; muitas tinham camisetas com o desenho icônico de Shepard Fairey, “Hope”, e cartazes “Yes, we did it” (sim, nós conseguimos).
Havia brasileiros comemorando a vitória de Obama, com bandeiras do Brasil. Bruce Springsteen e U2 cantaram no show em homenagem ao novo presidente.
Obama assumiu com uma popularidade 79%. Não houve protestos.
Oito anos depois, menos de 900 mil pessoas enfrentaram uma chuva fina com capas de plástico para ver Donald Trump ser empossado o próximo presidente dos Estados Unidos. DIVERSIDADE Olhando em volta, era difícil achar um negro ou um hispânico, mas bem fácil encontrar sotaques do sul e do meio-oeste americano, ao lado de bonés vermelhos e chapéus de caubói.
Uma pastora (branca, loira e esticada) deu a bênção. Quando a cantora Jackie Evancho (branca e loira) cantou o hino americano, a multidão se emocionou. Jackie, de 16 anos, ficou em segundo lugar no programa de TV “America’s Got Talent”.
O ator Jon Voight foi o mais famoso orador e o cantor country Toby Keith, o músico mais conhecido no show no Lincoln Memorial. A banda cover de Bruce Springsteen se recusou a tocar.
As pessoas carregavam bandeiras americanas, bonés vermelhos com os dizeres “Make America Great Again” (Faça a América Grandiosa Novamente) e broches de “eu sou um americano”.
Uma rádio brasileira mandou o cantor Latino e um ouvinte para os EUA para mostrar