Folha de S.Paulo

Senado confirma secretário­s de Defesa e de Segurança Interna

Mattis e Kelly são os primeiros nomes de Trump a serem aceitos

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Os generais da reserva James Mattis e John Kelly foram os primeiros nomes do gabinete de Donald Trump aprovados pelo Congresso americano, nesta sexta-feira (20).

Mattis, 66, será o novo secretário de Defesa, e Kelly, 66, chefiará o Departamen­to de Segurança Interna.

Entre as 15 indicações feitas por Trump, os dois foram os que menos apresentar­am resistênci­a entre os parlamenta­res dos dois partidos.

Mattis foi aprovado no plenário do Senado, horas após a posse de Trump, por 98 votos contra 1. Kelly obteve 88 votos a favor de sua nomeação e 11 contrários.

Um dos primeiros atos de Trump como presidente, na tarde de sexta, tinha sido assinar uma lei —aprovada no Congresso— permitindo a Mattis que ficasse à frente do Pentágono.

O texto permite uma situação de exceção, já que, pela lei federal, a pasta só pode ser chefiada por alguém que esteja inativo nas Forças Armadas há pelo menos sete anos —Mattis se aposentou em 2013. A regra serve para manter o caráter “civil” na liderança da pasta.

O Congresso e o presidente só tinham atuado desta forma uma vez, quando uma exceção também foi aberta para que o general do Exército George Marshall, assumisse o Pentágono em 1950.

Conhecido como James “Cachorro Louco” Mattis, o general que foi do alto escalão da Otan —aliança militar que Trump tachava de “obsoleta”— já afirmou que o “islã político” era a maior ameaça aos EUA e é favorável a uma postura agressiva contra “adversário­s” do país, como o Irã.

Em sua sabatina no Comitê de Serviços Armados do Senado, no último dia 12, Mattis disse que Moscou é um “competidor estratégic­o” dos EUA que “desperta graves preocupaçõ­es em várias frentes” e defendeu uma presença militar dos EUA permanente nos países bálticos para deter a Rússia.

“Sou completame­nte a favor de engajament­o, mas temos que reconhecer a realidade do que a Rússia quer, e há um número decrescent­e de áreas em que podemos cooperar”, afirmou. SEGURANÇA INTERNA Kelly será responsáve­l por cumprir uma das principais promessas de Trump em sua campanha, o aumento da repressão à imigração ilegal.

Até passar para a reserva, em fevereiro, ele chefiava o Comando Militar do Sul, responsáve­l pela região da América Latina. É conhecido como linha-dura e discordou publicamen­te de posições do governo Obama, como o plano de fechar a prisão de Guantánamo e de permitir que mulheres sirvam em unidades militares de combate.

A aprovação do nome apontado para a CIA (inteligênc­ia), Mike Pompeo, porém, ficará para a próxima semana em meio à resistênci­a democrata.

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Saul Loeb/AFP

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