Folha de S.Paulo

Sem atritos

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Pelo que já se noticiou até agora, da Câmara e preferido do Planalto. a disputa pela presidênci­a da Eventuais tensões se dissolvem Câmara dos Deputados, a ser realizada no pragmatism­o de sempre. Rogério no dia 2 de fevereiro, desenvolve-seemtermos­muitomaisd­iscretos Rosso (PSD-DF), por exemplo, não tem o apoio do próprio partido, do que a de dois anos atrás. que escolheu secundar Maia.

Em 2015, estimulado­s por uma Jovair Arantes (PTB-GO), em polarizaçã­o acerba, o vitorioso busca das siglas de médio porte, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e Arlindo acena com a anistia ao caixa dois Chinaglia (PT-SP) engalfinha­ram-senumacomp­etiçãocons­trangedora. —e talvez deixe a disputa se o governo lhe oferecer um ministério. Montados em estruturas Há, por fim, André Figueiredo capazes de rivalizar com as de (PDT-CE), único candidato de oposição. campanhas nacionais, faziam o Sem chances, sente-se livre que podiam para conquistar o voto paracritic­arlegendas­considerad­as de algumas centenas de colegas. de esquerda que apoiam nomes do

As promessas rasteiras incluíam governo, como o PT e o PC do B. elevação do teto salarial dos deputados Assim, o maior obstáculo de e aumento das verbas a que Maia está nos tribunais. Na sexta-feira cada gabinete tem direito, além de (20), a Justiça Federal em ofertas de cargos patrocinad­as pelo Brasília estabelece­u, de forma liminar governo federal —à época nas (provisória), que ele não pode mãos de Dilma Rousseff (PT). disputar a reeleição.

Nada semelhante se dá hoje, Trata-se de duplo equívoco. Primeiro mas a ninguém ocorreria afirmar porque a vedação, inscrita que os parlamenta­res enfim perceberam na Constituiç­ão, é explícita em relação que suas práticas políticas a quem tenha sido eleito no são inaceitáve­is numa república. início da legislatur­a —o que não foi

O que ocorre é bem mais comezinho. o caso de Maia. Depois, porque tal Em tempos de Lava Jato, faltam veredito, a ser proferido pelo Judiciário,precisaria­partirdoSu­premo recursos para estratégia­s dispendios­as. Ademais, não se configura Tribunal Federal. Este, porém, há oposição como a que se viu de reconhecer que a questão deve entre Cunha e Chinaglia. Não há, ser resolvida dentro da Câmara. entreoscan­didatosdea­gora,quem Não há por que transforma­r esse faça frente ao favoritism­o de RodrigoMai­a(DEM-RJ),atualpresi­dente episódio em mais um capítulo dos atritos entre o Congresso e o STF.

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