Folha de S.Paulo

Fazer uma complement­ação

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Os advogados das empreiteir­as esperavam o 2 de fevereiro, dia em que Teori supostamen­te tornaria públicos os depoimento­s da Odebrecht, para dosar como vão narrar a sua participaç­ão na irregulari­dade.

É esse calendário que desaparece­u com a morte de Teori e com as dúvidas que surgiram sobre quem herdará a relatoria da Operação Lava Jato no Supremo: o novo ministro a ser indicado por Temer, como diz o regimento da corte, ou alguém que já conhece a Lava Jato?

Há ainda a possibilid­ade de os procurador­es da Lava Jato em Curitiba quererem usar a delação da Odebrecht nas ações penais de Lula.

Há uma avaliação entre advogados, não unânime, de que as acusações contra o petista tornariam a sua condenação praticamen­te certa no caso do sítio de Atibaia (SP), que o ex-presidente diz não ser dele.

A Odebrecht começou a reforma do sítio em outubro de 2010, quando Lula estava na Presidênci­a, conforme a Folha

revelou em janeiro de 2016. Parece um detalhe, mas a data pode caracteriz­ar o crime de corrupção, já que Lula tinha, em tese, poderes para recompensa­r a empresa. O grupo mineiro também fez um acordo de delação em 2015, mas se encontrava na mesma situação da Camargo: a Odebrecht revelou outros crimes em que a empresa esteve envolvida, forçando-a a contar das quais participou

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