Bilionário toma medida contra o Obamacare
Donald Trump começa a exercer a Presidência dos Estados Unidos em “guerra” com a imprensa, de acordo com a sua própria definição.
Foi o primeiro discurso de Trump desde que ele passou a dormir na Casa Branca, após o ritual da posse na sexta (20). Trump escolheu para a estreia a sede da CIA (Agência Central de Inteligência), onde buscou dissipar as notícias que a mídia “desonesta” propagou sobre atritos entre o presidente e as agências de inteligência.
“Estou com vocês 1.000%. E a razão de vocês serem a minha primeira opção é que, como EI. O terror islâmico radical vocês sabem, eu tenho tem que erradicado da face uma guerra em curso com a da Terra. Ele é o mal num nível mídia, eles estão entre as pessoas que jamais vimos”, disse. mais desonestas da Terra”, O presidente voltou a uma disse Trump, arrancando tese que gostava de repetir na aplausos da plateia de 300 campanha, de que os EUA deveriam funcionários da CIA. ter ficado com o petróleo
Numa conversa de pouco quando invadiu o Iraque. menos de 20 minutos, Trump “Ao vencedor, o espólio”, usou sua experiência como disse. “Se tivéssemos ficado apresentador de TV para tentarcativarosagentescombrincadeiraseahabitualrepetição com o petróleo não teríamos o EI, porque é como eles ganham dinheiro, deveríamos desuperlativosparadefinircomo ter ficado com o petróleo. será seu governo, de “fantástico” Mas talvez vocês tenham a “incrível”. outra chance”, disse, dirigindo-se
“Temos que nos livrar do aos agentes.
O presidente Trump discursa a funcionários da CIA em frente ao mural em homenagem a agentes mortos em serviço
Sobraram elogios a si mesmo, como é de praxe.
“Eles dizem: Donald Trump é um intelectual? Acreditem, eu sou uma pessoa esperta”, disse, arrancando risadas da plateia.
Em tom jocoso, Trump criticou o arquitetura do prédio da CIA, em especial as colunas em estilo romano. O presidente, que tem 70 anos e é o mais velho da história dos EUA, disse que se sente jovem, “com 35, 39 anos” e afirmou, com ironia, que “provavelmente” todos ali haviam votado nele. “Mas não vou pedir para que vocês levantem a mão.” Foi aplaudido.
Trump também atacou a mídia pela estimativa de público baixo em sua posse. Segundo o presidente, apesar das estimativas apresentadas pela imprensa, e pelas imagens de espaços vazios no National Mall, em Washington, a multidão teria se estendido do Congresso até o Washington Monument, que fica no meio do Mall.
“Parecia ser 1 milhão ou 1,5 milhão de pessoas”, disse, debochando de estimativas de que o público teria sido de 200 mil pessoas. O número real foi bem abaixo dos 900 mil esperados na véspera e longe dos 1,8 milhão de pessoas na primeira posse de Barack Obama, em 2009.
Mais tarde, o secretário de imprensa do presidente, Sean Spicer, afirmou que a posse de Trump registrou a “maior audiência” da história, tanto presencialmente quanto na TV. Ele não apresentou números.
Na manhã de sábado (21), Trump participou de um ato ecumênico na Catedral Nacional de Washington.
DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS
Poucas horas após assumir a Casa Branca, Donald Trump tomou sua primeira ação contra o Obamacare— a lei de reforma da saúde do antecessor—, ordenandoaagênciasdogoverno paralisar regulamentações e adotar medidas para enfraquecê-lo.
Aordemexecutiva(equivalente a um decreto presidencial)instruiosecretário de Saúde (ainda não confirmado pelo Congresso) e as agências a “exercer toda a autoridade e discernimento para isentar, adiar, garantir exceções ou atrasar” a implementação de exigências do Obamacare que imponham “um fardo orçamental”aEstados,empresas ou indivíduos.
Otextodiz,porexemplo, que os órgãos podem isentar de multa quem não possuiplanodesaúde—aobrigatoriedade de ter um seguro é um ponto central do programa de Obama.
Trump solicitou esforços para conceder aos Estados maior flexibilidade para implementar programas de saúde enquanto desenvolve “um mercado livre e aberto para a oferta de serviços de saúde e convênios médicos”.
A ideia é tentar frear a aplicação do programa enquanto não consegue acabar com ele.
Revogar o Obamacare, uma das marcas registradas do governo Obama, é uma promessa de campanha de Trump. Porém, ainda não foi apresentado um plano para substituí-lo.