Folha de S.Paulo

BAILE SEM GALA

Em uma das festas oficiais da posse de Trump, celebridad­es eram escassas; o bufê tinha talheres descartáve­is, e as taças de plástico eram um risco para quem queria tomar champanhe

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Unidos na ONU, Nikki Haley, enturmava-se com o corpo diplomátic­o.

A mais disputada para selfies era Caitlyn Jenner —a celebridad­e televisiva transgêner­o que era anteriorme­nte conhecida como Bruce Jenner e ganhou medalha de ouro olímpica no decatlo, em Montréal-1976.

A organizaçã­o não conseguiu atrair nenhum outro nome vistoso para a festa.

Mas nada disso importava. Pouco depois das 21h30 locais (0h30 de sábado de Brasília), o novo presidente dos EUA, Donald John Trump, era apresentad­o no palco.

Trump chegou fazendo seu caracterís­tico “joinha” com o polegar e prometeu que todo mundo “ia ser muito feliz nas próximas semanas” .

“Começamos essa jornada, e as pessoas disseram que nós não tínhamos nenhuma chance, mas nós sabíamos que íamos ganhar, e ganhamos”, disse.

Logo depois, ele fez a primeira dança com a primeirada­ma Melania —“My Way” (Meu Jeito), de Frank Sinatra, cover tocado por um grupo de jazz (o próprio Sinatra cantou na posse de Ronald Reagan e de George H. W. Bush).

Melania usava um vestido branco tomara que caia, criado por ela em parceria com o estilista Hervé Pierre.

Trump parava para acenar para o público, que o aplaudia entusiasma­damente, e dizia: “Eu fiz do meu jeito! (I did it my way)”

O vice-presidente, Mike Pence, e sua mulher, Karen, juntaram-se ao primeiro casal na pista de dança. Mas os dois, aparenteme­nte, ouviam músicas diferentes.

Trump e Melania dançavam música lenta, enquanto Pence e Karen pareciam estar dançando forró.

Empoucosin­stantes,opalco estava cheio com as novas famílias do poder de Washington —todos os filhos de Trump e Pence dançando com seus respectivo­s. Ivanka, como de costume, muito elegante com um vestido Carolina Herrera.

Em meio aos fãs embevecido­s, algumas vozes dissonante­s. “Eu acho que o governo do Trump vai ser um desastre” , dizia Maria, uma estudante de direito de Nova York que votou em Hillary. E por que veio ao baile? “Uma amiga me arrumou um convite, e é sempre bom ter alguma desculpa para a gente usar um vestido de gala.”

Lá fora, alguns manifestan­tes esparsos levantavam cartazes anti-Trump. E uma muralha formada por dois caminhões e um ônibus de lado bloqueava a entrada do prédio para o baile.

Era uma medida antiterror­ismo, supostamen­te para evitar que o Estado Islâmico tentasse algum atentado parecido com os que fizeram em Berlim e Nice, em que extremista­s lançaram caminhões contra a multidão.

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Donald Trump e a mulher, Melania, dançam ‘My Way’ no palco do Liberty Ball, em Washington
 ?? Brian Snyder/Reuters ?? Ivanka, filha de Trump, dança com o marido, Jared; Trump e o vice (à dir.) cortam bolo
Brian Snyder/Reuters Ivanka, filha de Trump, dança com o marido, Jared; Trump e o vice (à dir.) cortam bolo
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David J. Phillip/Associated Press

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