Folha de S.Paulo

Militar espera ganhar força com ação em presídio

- LAÍS ALEGRETTI GUSTAVO URIBE

Atuação das Forças Armadas pode aumentar poder de barganha no debate sobre Previdênci­a

Aatuaçãoda­sForçasArm­adas em presídios poderá fortalecer os militares e aumentar seu poder de negociação com o governo no debate sobre a reforma da Previdênci­a, na avaliação de militares e funcionári­os do Palácio do Planalto ouvidos pela Folha.

A proposta de reforma da Previdênci­a enviada pelo presidente Michel Temer ao Congresso deixou de fora as Forças Armadas, que têm regras próprias para aposentado­rias e pensões, o que motivou críticas de especialis­tas.

O governo diz que deixou os militares de fora, inicialmen­te, porque seu regime de trabalho também é difernete —por exemplo, eles podem ser convocados depois de transferid­os para a reserva.

Temer promete apresentar uma proposta com mudanças específica­s para a os militares ainda neste ano.

Agora, diante da ação nos presídios, a expectativ­a, nas palavras de um auxiliar presidenci­al, é que os militares apresentem “uma conta maior” ao Palácio do Planalto.

Com a ressalva de que não houve uma “troca” e que se trata apenas de uma consequênc­ia positiva para eles, militares consideram que a ação nos presídios pode “sensibiliz­ar” a opinião pública em relação ao papel deles.

Segundouma­uxiliardeT­emer, o resultado para a discussão sobre a Previdênci­a será uma queda de braço entre a área econômica, preocupada com a questão fiscal, e as Forças Armadas, que querem os militares se tornaram um preservar os militares. “canivete suíço”, com diversas

O ministro da Defesa, Raul utilidades. Em tom de Jungmann, disse à Folha que brincadeir­a, também citam o os militares estão entre as instituiçõ­es posto Ipiranga, em referência mais prestigiad­as do à propaganda que coloca o país e que a questão dos presídios estabeleci­mento como solução não impacta a discussão de qualquer problema. sobre a previdênci­a. “Vamos Militares ouvidos pela Folha contribuir [para a reforma], trabalham com possibilid­ade de acordo com as especifici­dadesdafun­çãomilitar.” de elevação do tempo de contribuiç­ão exigido para

O receio dos militares aposentado­riademilit­ares,de —que foi mencionado a Temer—équeaatuaç­ãoempresíd­ios 30 para 35 anos, mas rejeitam um aumento da sua alíquota se torne rotineira. O entendimen­todeleséqu­eaação de contribuiç­ão, hoje 7,5%. O deficit do regime dos militares deve ter caráter emergencia­l. foi de R$ 33 bilhões em

Em reunião com governador­es 2015, com 297 mil beneficiad­os. na quarta-feira (18), no O regime de servidores entanto, Temer mencionou civis da União teve no mesmo que as inspeções pelas Forças período resultado negativo de Armadas podem ser feitas R$ 40 bilhões, com pagamento “quem sabe mês a mês”. a mais de 681 mil pessoas.

Integrante­s da cúpula das Forças Armadas dizem que

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Avener Prado - 20.jan.17/Folhapress Militar em rua de Natal (RN), que vive crise de segurança

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