Folha de S.Paulo

O bem-humorado propagador do trompete

- SÉRGIO CASCAPERA (1955-2017) PAULO GOMES PERLA KLEPACZ - Neste domingo (22/1) às 11h, set. M, q. 233, sep. CLARA NEWMAN - Neste domingo (22/1) às 11h, set. R, q. 375, sep. 39. LEA CALMONOVIC­I - Neste domingo (22/1) às 11h30, set. N, q. 132,

Certa vez, o trompetist­a Sérgio Cascapera foi para a Rússia acompanhar o maestro Júlio Medaglia em uma seleção de músicos. Lá, foi a um bar e pediu uma cerveja bem gelada. O homem que o atendeu pegou a garrafa, em temperatur­a ambiente, e a colocou do lado de fora da janela.

Anedotas como essa eram comuns em seu repertório.

Crescido em uma família de músicos, com bisavô e avô violinista­s, aprendeu a tocar o trompete com o pai. Aos 11, no entanto, perderia seu mentor para uma leucemia.

Sem renda para sustentar os estudos, o jovem ganhou uma bolsa do colégio, condiciona­da a sua participaç­ão na banda da escola.

O constante aperfeiçoa­mento que a carreira exige o levou à Osesp, onde tocou por 17 anos sob a batuta de Eleazar de Carvalho.

Quando passou a ensinar o instrument­o, notou que o país era carente de material didático em português.

Escreveu então um livro, “Método Elementar para Trompete”, e gravou uma videoaula em que, segundo sua própria descrição, procura explicar e solucionar problemas no ensino básico do instrument­o. Nos últimos 27 anos, foi professor de trompete na USP e formou diversos músicos.

Com opiniões firmes, estava sempre disposto a ensinar. Ajudava quem precisasse, sem esperar algo em troca.

Morreu na última terça (17), após sofrer um infarto em Poços de Caldas (MG), onde estava, como de costume, ensinando —era o professor de trompete no Festival Música nas Montanhas.

Cascapera deixa os filhos David e Laura, além das inúmeras sementes espalhadas por orquestras mundo afora. coluna.obituario@grupofolha.com.br MATZEIVA - CEMITÉRIO ISRAELITA DO BUTANTÃ sep. 111.

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