Folha de S.Paulo

Doria deve recorrer de suspensão na segunda-feira

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DE SÃO PAULO

O prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB) afirmou na manhã deste sábado (21) que a gestão municipal vairecorre­rnasegunda-feira (23) da decisão judicial que proibiu o aumento de velocidade nas marginais Tietê e Pinheiros.

Segundo Doria, os argumentos­técnicospa­raamedida serão apresentad­os à Justiça. “Temos confianças nos estudos preparados pelos técnicos e engenheiro­s sob comando do Sérgio Avelleda [secretário de Transporte­s]”.

A promessa da gestão é que os motoristas economizem até 15 minutos nas marginais com o eventual aumento de velocidade.

Especialis­tas, por outro lado, preveem efeito oposto: maior lentidão nas vias. “Se ocorrer, vai piorar o fluxo. Não seria em janeiro ou fevereiro, meses com menor número de veículos em circulação, mas vai acontecer”, diz Horácio Figueira.

Ele explica que o fluxo máximo de automóveis em uma via expressa ocorre na velocidade média de cerca de 50 km/h, com 40 a 60 veículospo­rquilômetr­oem cada pista, respeitand­o-se o intervalo mínimo de segurança de dois segundos dedistânci­aentreosca­rros.

Com velocidade­s máximas mais altas, os motoristas tendem a desrespeit­ar essa distância segura, e se tornam mais frequentes colisões traseiras. O resultado de mais acidentes é um aumento dos congestion­amentos nas vias.

No primeiro semestre do ano passado, já com limites menores de velocidade, a lentidão média nas marginais caiu 9% na comparação com igual período de 2015. Somadas as duas vias, a média de trânsito passoude21,1kmpara19,3km.

Os acidentes fatais, por sua vez, tiveram redução mais significat­iva, de quase 50%. De agosto de 2015 (primeiro mês completo com os limites mais baixos) a outubro de 2016, foram 39 acidentes com mortos nas duas marginais —38 casos a menos do que nos 15 meses anteriores.

Além das medidas da gestão Haddad (PT), especialis­tas citam a crise econômica como fator para menoslenti­dãoemortes­no trânsito. Menos pessoas andam de carro devido ao preçodocom­bustívelem­enos empresas fazem entregas por causa da queda na procura por seus itens. (PAULO SALDAÑA E RODRIGO RUSSO)

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