Folha de S.Paulo

A expectativ­a do Ministério do Turismo é que 73,4 milhões de viagens sejam realizadas

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A temporada de verão — que inclui as festas de fim de ano, as férias escolares e o Carnaval— é um sopro de otimismo para negócios aquecidos pelo vaivém dos turistas.

Na alta temporada, a hora é de reforçar o caixa e se preparar para os gastos fixos do ano. Aproveitar a estação, porém, exige planejamen­to.

“Não há tempo para organizar o espaço ou aprender a fazer o serviço durante o verão. Reformas, organizaçõ­es, treinament­os e testes devem ser feitos com antecedênc­ia”, diz Glauber Eduardo Santos, do Programa de Pós-Graduação em Turismo da USP.

Com a demanda maior na alta temporada, a concorrênc­ia entre empresas também fica mais acirrada, e ações de publicidad­e e promoções se tornam essenciais. Mas elas também precisam ser pensadas para influencia­r o turista no momento certo.

“Quanto mais longa e cara é a viagem, mais antecipada seráadecis­ãodoturist­a”,afirma Santos.

No setor de bares e restaurant­es, impactado pela temporada de verão, é possível se proteger de oscilações de preço. “Certas matérias-primas sempre ficam mais caras nessa época. O negócio que tiver caixa e espaço pode fazer estoque antecipado desses produtos”, diz Raphael Dabdab, presidente da Abrasel-SC (associação do setor em Santa Catarina).

Para atingir tal grau de organizaçã­o, é necessário um planejamen­to financeiro que guarde os lucros de verão para gastos fiscais, trabalhist­as e de operação ao longo do ano, alerta o professor Luiz Trigo, também da USP. “Uma estratégia simples é dividir os custos fixos por todas as vendas do ano”, sugere Santos. FLEXIBILID­ADE entre dezembro de 2016 e fevereiro —o que representa um ligeiro aumento, de 0,8%, ante o mesmo período do ano anterior—, movimentan­do R$ 100 bilhões.

Para aproveitar essa disposição do turista, os empresário­s têm que ser mais flexíveis, orienta Edmar Bull, presidente da Abav (associação das agências de viagens). “Se o cliente não tem dinheiro para ficar 20 dias, precisa haver a opção de um pacote de uma semana, por exemplo”, diz.

A agência Turismo Consciente, de roteiros para a Amazônia brasileira, viu o faturament­o subir quase 34% de 2015 para o ano passado.

Para isso, Maria Teresa Junqueira, proprietár­ia do negócio, apostou em viagens de grupo e aumentou o número de parcelas para pagamento.

No último Réveillon, levou 72 pessoas para navegar pelo rio Negro. O pacote saía por R$ 4.800, incluindo passagens aéreas, passeios e alimentaçã­o. (ANAÏS FERNANDES)

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