Folha de S.Paulo

O turismo para crianças também vem atraindo novos empresário­s, como Claudine Blanco, 41. Ela foi dona de

- MICHELE LOUREIRO

COLABORAÇíO PARA A FOLHA

Com dinheiro no bolso e tempo para viajar, os idosos são um alvo lógico do setor de turismo. Por conta disso, cada vez mais agências de turismo apostam nesse nicho para ampliar os negócios.

E as perspectiv­as no futuro são ainda melhores, já que o número de pessoas com mais de 65 anos no Brasil deve chegar a 32 milhões até 2020, segundo o IBGE.

“É uma questão de sobrevivên­cia para as agências menores se especializ­arem”, diz Paulo Gaudenzi, ex-secretário de Turismo da Bahia.

“São pessoas que podem viajar fora da alta temporada, o que dá condições de preços mais acessíveis”, completa. Outra vantagem, segundo ele, é que muitos idosos vivem de aposentado­ria, e portanto são menos afetados pela crise.

Antes mesmo de saber do potencial de consumo dessa faixaetári­a,aempresári­aThereza Ramos Quedas, 72, já apostava no segmento.

Depois de atuar como tecelã por quase quatros décadas, ela fundou em São Paulo há 20 anos, ao lado da filha, a agênciadev­iagemCinth­eTur, especializ­ada em idosos.

A ideia veio de uma experiênci­a pessoal. Com a cunhada em tratamento médico em Campos do Jordão (SP), Quedas organizava viagens de ônibus semanais para familiares e pegou gosto. “Fui fazendo contatos e notei que não existiam agências especializ­adas nessa idade. Resolvi arriscar”, diz.

Atualmente, todos os meses ao menos dois ônibus saem da capital paulista rumo a destinos como Águas de Lindóia (São Paulo) e Itatiaia (Rio). Além disso, há cerca de oito grupos que viajam para países na Europa, América Latina, África e Ásia.

Atuar nesse segmento, porém, exige uma série de cuidados especiais. “Em todas as nossas viagens há guias especializ­ados em primeiros socorros. Também verificamo­s a acessibili­dade dos locais, e temos transporte especial”, afirma Quedas.

Esses serviços permitem a cobrança de preços mais altos, o que manteve o fatura- mento da empresa. “Não sentimos os efeitos da crise ano passado. Temos um público fiel e nosso faturament­o se manteve”, diz a empresária. CRIANÇAS uma agência tradiciona­l por 15 anos, mas há três decidiu mudar o foco.

A mudança ocorreu após ter filhos e passar a organizar viagens para a família. “Comecei a oferecer essas opções também para os clientes e isso ficou maior do que as viagens tradiciona­is. Por isso, decidi apostar nas crianças”, diz ela, que fundou então a Viajar com Crianças.

Para Virgilio Carvalho, diretor da Confederaç­ão Nacional do Turismo, uma das vantagens do segmento infantil é que ele acaba englobando também os pais. “Nunca se vende só um pacote para os filhos, vai a família toda e a margem fica maior.”

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