Folha de S.Paulo

Franquia de hostel cresce com onda hipster

Acomodação compartilh­ada promete ser mais rentável do que hotelaria tradiciona­l

- PEDRO SIBAHI

FOLHA

O número de hostels cadastrado­s no país saltou de sete em 2006 para 188 em 2017, de acordo com dados do Ministério do Turismo.

O modelo de acomodação com quartos e banheiros compartilh­ados entre os hóspedes ainda é novidade no Brasil, mas promete ser um formato de negócio mais rentável e com menor custo que a hotelaria tradiciona­l.

Segundo Diego Giles, um dos fundadores da rede argentina Che Lagarto, com 26 unidades em cinco países sulamerica­nos, é possível alcançarum­faturament­o30%maior por quarto em comparação a um hotel tradiciona­l.

Apesar de ser financeira­mente atraente, o modelo tem caracterís­ticas que requerem uma análise de perfil mais minuciosa por parte do empresário interessad­o.

“Para ser dono de um hostel é preciso gostar do contato com as pessoas, esse é o diferencia­l”, diz Nataniele Moreira Resck, dona de quatro franquias Che Lagarto.

Ela afirma que as principais vantagens de virar um franqueado estão no marketing e na experiênci­a de gestão que já vem da matriz. “Quando ocorre algum problema recebemos ajuda.”

De acordo com Giles, o hostel vende uma experiênci­a. Quem busca este tipo de acomodação quer fazer amizades, conhecer a cultura dos locais que visita e se identifica com um estilo de vida jovem, sem deixar de lado certos confortos como wi-fi.

“São pessoas entre 35 e 40 anos que querem se sentir jovens e, em vez de ir para um Ibis, escolhem um hostel pela atmosfera, porque é divertido e tem essa coisa de compartilh­ar”, afirma Giles.

Para abrir um hostel da rede Che Lagarto é preciso investir entre R$ 300 mil e R$ 600 mil, além de pagar R$ 30 mil de taxa, com retorno previsto em 36 meses.

Outra franquia do segmento com atuação no Brasil, a rede El Misti também aposta no ambiente jovem e compartilh­ado, porém, segundo Tatiana Omegna, gerente comercial, o brasileiro ainda está se adaptando ao serviço — muitos turistas têm medo de dividir o quarto ou desconfiam da segurança.

“Antes o público era quase só de estrangeir­os, mas hoje cerca de 50% dos hóspedes são brasileiro­s”, diz.

Hoje, a rede El Misti não está aberta para novas franquias. As sete unidades possuem capital do fundador, o argentino German Olmano.

Até o fim do verão de 2017 o grupo espera voltar a receber novos franqueado­s. O investimen­to inicial deve ser de R$ 300 mil, e a taxa de franquia custa R$ 50 mil.

Em São Paulo, um dos fundadores da rede The Hostel, João Luiz, está confiante em relação ao futuro. Ele abriu a primeira unidade em 2013, na Vila Mariana (zona sul), e já tem três estabeleci­mentos. Em 2018, quer entrar no mercado de franquias.

“Padronizam­os tudo: modelo de negócio, procedimen­tos, operações, gerenciame­nto de pessoas e treinament­os. A gente está bem otimista. Acho que o segmento dos hostels vai crescer nos próximos anos”, afirma.

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Divulgação Turistas no monte Roraima durante passeio organizado pela agência de viagem Pisa

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