Folha de S.Paulo

Trump defende técnica de tortura de presos

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DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

“Devemos combater fogo com fogo”. Foi assim que o presidente Donald Trump respondeu quando questionad­o em uma entrevista sobre técnicas de interrogat­ório hoje proibidas por terem sido considerad­as tortura, como o afogamento simulado.

“Num momento em que o Estado Islâmico está fazendo coisas das quais não ouvíamos falar desde os tempos medievais, eu defenderia o ‘waterboard­ing’ [afogamento simulado]?”, disse à ABC News. “Até onde eu sei, devemos combater fogo com fogo.”

Nesta quarta, a imprensa americana divulgou que Trump deve assinar uma ordem executiva que pode levar à revisão de técnicas de interrogat­ório banidas no governo Obama e à reabertura de prisões secretas da CIA, fechadas no mandato do antecessor.

Segundo Trump, “pessoas no mais alto nível da inteligênc­ia” disseram a ele que a tortura funciona. Ele afirmou, porém, que vai escutar o que seus secretário­s têm a dizer sobre isso. O secretário de Defesa de Trump, James Mattis, é contrário à tortura.

O documento que seria o rascunho do decreto a ser assinado por Trump diz que as leis americanas devem ser obedecidas sempre e rejeita a “tortura”. “Nenhuma pessoa em custódia dos EUA deve ser, em momento nenhum, objeto de tortura ou de tratamento ou punição cruel, desumano ou degradante, como previsto na lei americana”, afirma o texto.

As prisões secretas da CIA, que podem ser novamente autorizada­s por Trump, funcionara­m de 2002 a 2008 e eram o destino de capturados na “guerra ao terrorismo”, iniciada por George W. Bush após o 11 de Setembro.

O porta-voz da Casa Branca, Sean Spicer, disse que o rascunho que estava circulando não era da Presidênci­a.

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