Folha de S.Paulo

CRONOLOGIA

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Eike Batista 1956

Nasce em Governador Valadares, Minas Gerais

1968

Muda-se para a Europa com a família

1974

Começa a estudar engenharia na Alemanha, mas não termina o curso

Anos 1980

Começa seus negócios de mineração com a exploração de ouro na Amazônia. Em 1985, vende suas jazidas para uma empresa canadense e, depois, assume o controle da empresa, rebatizada de TVX Gold. No ano seguinte, compra uma mina no Chile

Anos 1990

Casa-se com Luma de Oliveira, com quem tem dois filhos. Investe em fábrica de jipes (que lhe daria prejuízo de US$ 30 milhões), cosméticos e em empresas de tratamento de esgoto e prospecção de água. Fecha a década com a empresa de entregas EBX Express

2001

Vende ações da TVX e abre uma termelétri­ca que dá origem à MPX. No ano seguinte, fecha a EBX Express, com prejuízo de US$ 36 milhões

2005

Já divorciado de Luma, abre a mineradora MMX

2006

Levanta US$ 500 milhões abrindo o capital da MMX

2007

Cria a petroleira OGX e a empresa de logística LLX, além de colocar no mercado as ações da MPX, a termelétri­ca.

2008

Consegue US$ 4,1 bilhões no mercado, abrindo o capital daOGXedaLL­X,e outros US$ 5,5 bilhões vendendo parte da MMX para a Anglo American

Quando soube da prisão de Marcelo Odebrecht, o empresário Eike Batista se sentiu vingado. Ele dizia com orgulho em reuniões reservadas que seu nome nunca apareceria na Operação Lava Jato.

Afirmava que seus negócios não deram certo porque o mercado não quis esperar que os projetos amadureces­sem, mas que ele não seria acusado de se beneficiar de dinheiro público.

Eike não gostava de Odebrecht, a quem atribuía sua dificuldad­e para fazer negócios com a Petrobras.

Um ano e meio depois da prisão do empreiteir­o, foi a vez de Eike virar alvo da Lava Jato, acusado de repassar propina de US$ 16,5 milhões para Sérgio Cabral.

A proximidad­e entre Eike e o ex-governador do Rio despertava suspeitas desde que se tornou público que o empresário emprestava seus jatos para o peemedebis­ta.

Ao ser questionad­o por pessoas próximas sobre o assunto,Eikereconh­eciaque tinha cometido um erro ao emprestar os aviões para Cabral, mas que era difícil negar um pedido do governador. E garantia que os “favores” nunca tinham passado daí.

No início de sua carreira, Eike se vangloriav­a de que geria três minas de ouro sem nunca ter falado com um ministro de Minas e Energia — com exceção de seu pai, Eliezer Batista, que ocupou o cargo antes do governo militar.

Mas essa suposta independên­cia do poder público não resistiu ao cresciment­o dos negócios. Recém separado da modelo Luma de Oliveira, Eike já era considerad­o um bilionário quando diversific­ou.

Ele se aproveitou do oti- mismo dos anos Lula e abriu o capital de seis empresas na bolsa, incluindo a petroleira OGX e a mineradora MMX, levantando R$ 27 bilhões.

Em 2012, foi classifica­do como o sétimo homem mais rico do mundo pela revista Forbes, com uma fortuna estimada em US$ 30 bilhões.

Considerad­o um exemplo de empreended­or, Eike foi incluído pelo governo petista na política de fomentar os campeões nacionais e agraciado com R$ 10 bilhões em empréstimo­s pelo BNDES.

Ele chegou a se aproximar do então presidente Lula, de quem comprou um terno por R$ 500 mil em um leilão beneficent­e.

Recentemen­te, o empresário procurou a polícia para esclarecer parte de suas relações com o petismo. Disse ter sido procurado pelo ex-ministro da Fazenda, Guido Mantega, que teria pedido R$ 5 milhões para pagar dívidas de campanha do PT.

As conexões políticas, no entanto, não foram suficiente­s

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