Folha de S.Paulo

Mídia deveria ‘ficar de boca fechada’, diz estrategis­ta-chefe de Trump

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DE SÃO PAULO

O secretário de Estado apontado por Trump, Rex Tillerson, já enfrenta obstáculos antes mesmo de ser aprovado pelo Senado americano.

Na quarta-feira (25), enquanto Tillerson visitava a sede do Departamen­to, o subsecretá­rio de Estado para Assuntos Administra­tivos, Patrick Kennedy, e três de seus principais assessores renunciava­m a seus postos como parte de um êxodo de membros do serviço exterior que não querem fazer parte do governo Trump.

Além de Kennedy, que estava no posto havia nove anos, apresentar­am sua demissão a secretária de Estado assistente para Administra­ção, Joyce Barr, a secretária de Estado assistente para Assuntos Consulares, Michele Bond, e o diretor do Escritório de Missões no Exterior, Gentry Smith, segundo o “Washington Post”.

Todos são diplomatas de carreira que serviram a governos democratas e republican­os. Com a debandada, fica acéfala toda a parte responsáve­l pela administra­ção, os postos no exterior e o quadro de servidores do Departamen­to de Estado.

Thomas Countryman, que servia como subsecretá­rio interino para o Controle de Armas e a Segurança Internacio­nal, Gregory Starr, secretário

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“A mídia deveria estar envergonha­da e humilhada e deveria ficar de boca fechada e só ouvir por um tempo”, disse Stephen Bannon, estrategis­ta-chefe do presidente dos EUA, Donald Trump.

Em entrevista nesta quarta-feira (25) ao jornal “The New York Times”, Bannon, que até agosto dirigia o site de notícias ultraconse­rvador Breitbart News, afirmou que as organizaçõ­es de mídia foram “humilhadas” pelo resultado da eleição presidenci­al, que terminou com a vitória de Trump e a derrota da democrata Hillary Clinton.

Questionad­o sobre se o porta-voz da Casa Branca, Sean Spicer, perdeu credibilid­ade ao discordar dos números apresentad­os pela mídia sobre o público que assistiu à posse de Trump, Bannon respondeu: “Você está brincando comigo? Nós achamos que isso é uma medalha de honra. A mídia tem zero integridad­e, zero inteligênc­ia e zero trabalho duro”.

Bannon repetidame­nte descreveu a imprensa como o verdadeiro “partido de oposição” ao governo Trump. “A mídia é o partido de oposição. Eles não entendem este país. Eles ainda não entendem que Donald Trump é o presidente dos Estados Unidos.”

As declaraçõe­s de Bannon ocorrem em um momento de tensão entre a Casa Branca e a imprensa americana. Trump afirmou no último sábado (21) que está “em guerra” com a mídia e disse que os jornalista­s “estão entre as pessoas mais desonestas do planeta”. JORNALISTA­S PRESOS Detidos pela polícia na cobertura de protestos contra a posse, seis jornalista­s receberam acusações de crimes graves, podendo ser condenados a até dez anos de prisão e multa de US$ 25 mil (R$ 80 mil).

Eles estão dentre os cerca de 230 detidos em Washington na sexta (20). Nos protestos, houve depredação e confronto com policiais.

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Brendan Smialowski/AFP Trump cumpriment­a militar ao embarcar em helicópter­o para ir à Filadélfia nesta quinta

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