Folha de S.Paulo

Renúncias representa­m 30% do deficit recorde da Previdênci­a

- LAÍS ALEGRETTI

Principal impacto veio do Simples, para micro e pequenas empresas

As renúncias previdenci­árias representa­ram quase 30% do rombo recorde de R$ 149,7 bilhões nas contas do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) em 2016.

O Regime Geral de Previdênci­a Social deixou de arrecadar R$ 43,4 bilhões com essas renúncias no ano passado. Sem elas, o deficit do INSS teria sido de R$ 106,3 bilhões.

O maior impacto, de R$ 23,2 bilhões, é do Simples Nacional, no qual as micro e pequenas empresas recolhem em documento único vários tributos, entre eles contribuiç­ão patronal previdenci­ária.

A segunda maior renúncia, de R$ 11 bilhões, é das entidades filantrópi­cas, que são as instituiçõ­es sem fins lucrativos que prestam serviços gratuitos de assistênci­a social, saúde ou educação e estão isentas da contribuiç­ão, como escolas religiosas.

Também houve impacto da renúncia para o MEI (Microempre­endedor Individual), de R$ 1,4 bilhão, que tem alíquota de contribuiç­ão de 5%, e para a exportação da produção rural, de R$ 7,2 bilhões no ano passado.

Atualmente, não incide contribuiç­ão previdenci­ária sobre receitas decorrente­s de exportação do agronegóci­o. A proposta de reforma da Previdênci­a acaba com essa vantagem para a exportação. No texto enviado ao Congresso, o governo não propôs rever outras isenções.

O deficit do INSS de R$ 149,7 bilhões em 2016 foi o pior resultado desde o início da série histórica, em 1995. O valor ficou 74,5% acima do resultado de 2015, que foi negativo em R$ 85,8 bilhões.

Do lado das despesas, o envelhecim­ento da população pressiona a quantidade de benefícios a serem pagos.

Do lado das receitas, com a economia fraca e o mau desempenho do mercado de trabalho, a arrecadaçã­o previdenci­ária não cresce em volume suficiente. Entidades filantrópi­cas Produtores rurais MEI (Microempre­endedor Individual) Outros Total: Entidades sem fins lucrativos que prestam serviços gratuitos de assistênci­a social, saúde ou educação estão isentas da contribuiç­ão A alíquota de contribuiç­ão ao INSS é reduzida a 5% para essas pessoas

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