Folha de S.Paulo

Mendonça Filho nega priorizar agenda política

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DANIEL CARA da Campanha Nacional pelo Direito à Educação

DE SÃO PAULO

O Ministério da Educação diz que priorizou agendas em Pernambuco às sextas e segundas pelo princípio da “economicid­ade”, evitando que haja maiores gastos nos deslocamen­tos do ministro, e que ele tem direito a voo comercial para sua residência.

À Folha, Mendonça Filho (DEM) negou que esteja realizando agendas em seu Estado de origem como forma de intensific­ar a agenda política. Ele é apontado como provável candidato ao governo do Estado.

O ministro defendeu que é “natural” que tenha uma permanênci­a maior em Pernambuco, por ser o local de residência de sua família, e que o MEC não privilegia nenhuma unidade da Federação em suas políticas.

“Eu moro em Pernambuco e tenho obrigação de ir pra lá, onde minha mulher está. Minha postura é técnica, quem acompanha minha vida pública sabe que eu sou um político que tem um lastro técnico e isso fica claro na equipe que montei”, diz. “Não há discricion­ariedade com relação a Pernambuco.”

Ele negou que esteja fazendo campanha para o governo estadual. “Sou candidato a fazer uma excelente gestão como ministro da Educação. [Candidatur­a] é pura especulaçã­o, nem estamos em ano eleitoral”, completa.

O ministro argumenta que Pernambuco tem uma centralida­de regional no Nordeste e que foi exatamente isso o que inspirou a decisão de abrir um escritório do MEC no Recife. Em nota, o ministério afirmou que a “sucursal” recifense não gera custos, uma vez que o escritório fica em uma sala cedida pela Caixa Econômica Federal.

A representa­ção do MEC no Recife teve por objetivo, de acordo com a pasta, dar suporte técnico e operaciona­l para o ministério, possibilit­ando proximidad­e no atendiment­o a instituiçõ­es de ensino e governos das regiões Norte e Nordeste.

O MEC ainda oficializo­u, em setembro passado, a abertura de um escritório oficial em São Paulo. O local, na avenida Paulista, também é cedido pela Caixa. O que, segundo a pasta, não gera gastos para o ministério.

“Recife foi escolhida por ter, em um raio de 300 km, quatro capitais e cinco aeroportos, sendo, inclusive, sede do Tribunal Regional Federal da 5ª Região. O mesmo raciocínio vale para o escritório de SP”, defendeu o MEC.

Não há na agenda oficial do ministro despachos no escritório paulista. FAB Mendonça minimizou a carona que deu em avião da FAB a vereadores de sua cidade natal. “Estava voltando ao Recife e eles me acompanhar­am. Há um preconceit­o por serem nordestino­s e de uma cidade pequena”, diz.

O MEC reafirmou que, por ter residência em Pernambuco, o ministro tem direito a retornar para sua cidade natal em voo comercial. O governo gastou R$ 43.612,22 em passagens comerciais de ou para o Recife.

A FAB não informa os gastos com voos de autoridade­s.

A relação com meramente política. ministro [Mendonça Filho] quer utilizar seu tempo como ministro para se firmar no xadrez político do Estado

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