Roger Federer ressurge na Austrália
Suíço conquista título em Melbourne e volta a vencer um Grand Slam após jejum de quase cinco anos
TÊNIS
O título do Aberto da Austrália, 18º Grand Slam da carreira de Roger Federer, não é apenas mais um para a sala de troféus do do suíço.
Aos 35 anos e sem ganhar um torneio desse porte desde Wimbledon-2012, o tenista mais vencedor da história fazia seu retorno após seis meses em que ficou parado devido a uma lesão.
Em Melbourne, ele entrou como azarão. Era o 17º colocado do ranking mundial, mas derrotou quatro atletas do top 10, incluindo seu histórico rival, o espanhol Rafael Nadal, para levar o troféu.
De volta ao grupo dos dez melhores tenistas no ranking desta segunda (30), o tenista suíço não defenderá pontos até abril deste ano, o que lhe dá mais chances de subir na classificação. Logo após o Grand Slam australiano do ano passado, ele machucou o joelho e não disputou competições até abril.
Ele se lesionou ao dar banho nas filhas e precisou passar por cirurgia. Na volta às quadras, foi eliminado na semifinal de Wimbledon e encerrou a temporada de 2016 precocemente, ainda com problemas no joelho. Os médicos recomendaram um período afastado para que pudesse continuar jogando em alto nível por mais alguns anos.
O suíço aproveitou a folga forçada para passar mais tempo com a mulher, Mirka Vavrinec, e os quatro filhos. Pela primeira vez na carreira, ele sentiu como seria o gosto de se aposentar.
“Foi empolgante e bom para termos esse tempo, foi uma boa sensação, sabe? Me senti bem, mas não é agora que vou parar de vez”, afirmou ao “New York Times” antes do retorno dos sonhos.
Federer não teve preocupações graves com o físico ao longo do torneio na Austrália, mesmo jogando três partidas de cinco sets. A quadra, apontada por tenistas como mais rápida que o habitual, favoreceu seu saque e o jogo Idade 35 anos País Suíço Mão dominante Direita Estreia como profissional 1998 agressivo que precisa aplicar para não alongar os pontos.
É provável que nas próximas competições ele enfrente o líder do ranking, Andy Murray, e o vice, Novak Djokovic —duelos que não ocorreram em Melbourne porque ambos foram eliminados nas rodadas iniciais. Será um teste de fogo para saber até onde o suíço pode chegar nessa surpreendente retomada. NADAL Mesmo com a derrota na final, Rafael Nadal, que junto com Federer dominou o esporte na primeira década do século, também tem motivos para comemorar a campanha na Austrália. Ele não chegava a uma semifinal de um Slam desde 2014 e mostrou estar recuperado de uma lesão no punho que o atrapalhou em 2016.
Com a ascensão do espanhol e do suíço e as esperadas recuperações de Murray e Djokovic, número 1 e 2 do ranking, respectivamente, o circuito promete um equilíbrio pouco visto nos últimos anos.