Folha de S.Paulo

Casa Branca acusa democratas de obstruir gabinete

- PATRÍCIA CAMPOS MELLO

Depois de o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinar decreto que barra a entrada de refugiados nos Estados Unidos e de cidadãos de sete países de maioria muçulmana (Irã, Iraque, Iêmen, Líbia, Sudão, Somália e Síria), diversas empresas norte-americanas, principalm­ente do setor de tecnologia, reagiram com críticas públicas ao governo.

Executivos também enviaram comunicado­s a seus funcionári­os sobre o tema da imigração e da diversidad­e.

O presidente da rede de cafés Starbucks, Howard Schultz, disse que contratará 10 mil refugiados ao longo de cinco anos em 75 países.

O presidente do Goldman Sachs, Lloyd Blankfein, disse em mensagem aos funcionári­os que o banco não endossa a política. “Essa não é uma política que nós apoiamos, e eu destaco que ela já foi contestada na Justiça.”

Ele também afirmou que o banco vai trabalhar para minimizar problemas que a decisão de Trump pode causar a funcionári­os e familiares.

O JPMorgan Chase diz estar entrando em contato com funcionári­os que vivem com vistos nos EUA e que podem ser afetados. O presidente do banco, Jamie Dimon, faz parte do conselho de assessores econômicos de Trump.

Outra empresa a criticar o presidente foi a montadora Ford, cujo presidente, Bill Ford, e principal executivo, Mark Fields, afirmaram em comunicado aos funcionári­os que “o respeito por todas as pessoas é um valor fundamenta­l da Ford, e temos orgulho da nossa rica diversidad­e aqui e no mundo”. ALERTA O presidente da Netflix, Reed Hastings, disse que as ações de Trump vão tornar os EUA menos seguros. “As ações de Trump estão prejudican­do a Netflix e são tão antiameric­anas que nos causam dor”, afirmou ele.

O Google alertou seus funcionári­os que vivem nos EUA

A Casa Branca divulgou nesta segunda (30) uma nota acusando democratas de obstruírem sistematic­amente as escolhas de Trump.

Segundo o texto, 17 dos indicados por Trump para liderarem secretaria­s ou agências ainda não foram confirmado­s pelo Senado. Também aos 11 dias de governo, o ex-presidente Barack Obama (democrata) tinha apenas sete indicados aguardando confirmaçã­o e com visto ou “green card” e que têm origem nos países atingidos para cancelar viagens ao exterior.

Já a empresa de software Microsoft disse que está colaborand­o com o procurador­geral do Estado de Washington, onde fica sua sede, um dos que abriu processo contra o governo federal questionan­do o decreto. A empresa afirmou que está fornecendo informaçõe­s sobre o impacto do decreto. “E ficaremos felizes em testemunha­r se necessário”, disse o portavoz Pete Wootton.

Outras empresas como Apple, Facebook, LinkedIn, Twitter, Expedia e GE também fizeram críticas. o ex-presidente George W. Bush (republican­o), quatro.

Para um indicado assumir, ele precisa ser confirmado pela maioria dos senadores, 51. Como 52 dos 100 senadores são republican­os, os democratas podem apenas adiar as confirmaçõ­es, mas não bloquear.

A nota foi uma resposta à promessa dos senadores democratas de barrar qualquer nome indicado por Trump para a vaga existente na Suprema Corte.

Essa escolha é crucial para os democratas, porque mais um juiz conservado­r pode levar as decisões da Suprema Corte para a direita em questões como legalizaçã­o do aborto, porte de armas e casamento gay.

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