Na era Trump, Budweiser mostra história de fundador imigrante
DE SÃO PAULO
A Budweiser vai contar a história de seu fundador, um imigrante alemão do século 19, em seu anúncio para o Superbowl —a final da liga de futebol americano, que acontece no domingo (5).
O tema escolhido está no centro da controvérsia mais recente do governo Donald Trump, que decretou a suspensão da admissão de refugiados nos EUA e vetou a entrada de cidadãos de sete países, de maioria muçulmana.
Batizada de “Born The Hard Way” (nascido da dificuldade), a propaganda vai narrar a trajetória do cofundador da cervejaria Adolphus Busch em 1857 da Europa para os Estados Unidos.
Ambientada no rio Mississippi, a peça vai mostrar Busch saltando de um barco em chamas para a lama da costa de St. Louis.
“Essa é a história do ‘selfmade man’ original, um dos fundadores do sonho americano, alcançado o sucesso do jeito difícil, e o seu caminho que todos que vieram depois dele seguiram”, afirmou Laura Rowan, diretora da Budweiser, à revista “Adweek”.
Ricardo Marques, vice-presidente de marketing da companhia, disse, no entanto, que a propaganda não tem “nenhuma correlação com qualquer outra coisa que esteja acontecendo no país”.
“Nós acreditamos que essa é uma história universal que é muito relevante atualmente porque provavelmente, mais do que em qualquer outro período na história, o mundo hoje te puxa em diferentes direções, e nunca foi tão difícil permanecer fiel aos seus princípios”, afirmou.
A marca pertence ao grupo belga-brasileiro Ab InBev, comandado pelo brasileiro Jorge Paulo Lemann. Na semana passada, a cerveja de origem mexicana Corona (que também pertence ao grupo) divulgou um anúncio crítico ao plano de Trump de construir um muro na fronteira entre EUA e México.