Família de Eike faz campanha em redes sociais
A fortuna atribuída ao exgovernador Sérgio Cabral (PMDB-RJ) no exterior inclui 29 peças de diamantes avaliadas em cerca de US$ 2,1 milhões (R$ 6,6 milhões).
Entre as peças adquiridas para o peemedebista, a mais pesada é de 5 quilates, cerca de um grama. A mais valiosa, contudo, é uma de 4,05 quilates, que tem o terceiro maior grau de pureza da escala (VVS1). Em formato de gota, vale US$ 168 mil.
Na condição do anonimato, um gemólogo disse que mesmo no mercado de alto nível, trata-se uma peça de nível de pureza raríssimo.
A lista de diamantes foi entregue pelos delatores Renato e Marcelo Hasson Chebar ao Ministério Público Federal, em acordo de delação premiada. As peças estavam no nome dos dois, mas a propriedade real era de Cabral, segundo o relato às autoridades. Elas fazem parte dos recursos já recuperados pela Procuradoria.
Os diamantes foram adquiridos no ano passado, com recursos depositados em conta nas Bahamas. Doze peças compradas em setembro por US$ 1 milhão ficaram guarda- das num cofre mantido em estabelecimento especializado em guarda de valores na zona franca do aeroporto de Genebra (Suíça). Outras 17 peças, adquiridas em julho por 1 milhões de euros, ficaram em outro cofre na cidade.
Neste último local, estavam acondicionados quatro quilos e meio de ouro adquiridos em 2011. A operação para a aquisição das barras de ouro foi narrada em detalhes pelos delatores.
Segundo o relato, o negócio seria relativo a um repasse de US$ 250 mil com uma pessoa cujo nome não foi revelado a eles por Carlos Ema- nuel Miranda, apontado como operador de Cabral.
Renato assumiu a responsabilidade pela ideia de comprar ouro, “pois vislumbrava dificuldade em depositar o montante em espécie”. O valor gasto foi de US$ 247.950.
As pedras preciosas fazem parte dos cerca de US$ 100 milhões mantidos no exterior pelos dois irmãos à disposição de Cabral e sua quadrilha, segundo a Procuradoria.
Todo esse dinheiro circulou por contas em ao menos nove países no exterior, segundo o relato dos colaboradores, desde 2002.
Uma parte dos recursos, contudo, ficava escondida no Brasil. Renato e Marcelo relataram que alugaram uma sala comercial em Ipanema, na zona sul do Rio, para guardar o dinheiro usado para pagamento de contas pessoais de Sérgio Cabral.
A sala chegou a esconder, segundo depoimento dos dois, um total de R$ 3 milhões em dinheiro. A sala permaneceu à disposição do grupo entre 2011 e 2014.
A defesa dos Chebar afirmou que não comentaria os termos da delação em razão da confidencialidade. Cabral nega recebimento de propina.
DE SÃO PAULO
A família de Eike Batista assumiu a defesa do empresário nas redes sociais desde a prisão, na segunda-feira (30), inclusive com campanha criada por um dos seus filhos, o produtor e DJ de música eletrônica Olin Batista, 21.
Olin já fez duas publicações em homenagem ao pai, ambas acompanhadas da frase “#ForçaEikeEstamosComVocê”. A hashtag da campanha também foi usada pela mulher do empresário, Flávia Sampaio.
Eike ainda foi defendido pela ex-mulher, a atriz Luma de Oliveira.
O filho mais velho do empresário, Thor, 25, é exceção. Ele e a namorada publicaram no último mês, principalmente, fotos nas Ilhas Maldivas e em Londres. O casal se hospedou em um hotel onde a diária pode custar R$ 30 mil.