Mudanças nas regras de imigração preocupam brasileiros em NY
Duas senadoras republicanas –Susan Collins, de Maine, Lisa Murkowski, do Alasca– disseram que devem rejeitar o nome da empresária, que é uma defensora da gestão privada no ensino. “Eu simplesmente não posso apoiar essa escolha”, disse Collins, no Senado. As duas congressistas defendem mais investimento para escolas públicas.
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, EM NOVA YORK
O assunto no Rio Market, misto de mercado e restaurante brasileiro em Nova York, não varia muito. Os clientes que vão atrás do prato de bife acebolado com arroz e feijão só conversam sobre as novas medidas de imigração do governo Trump.
“Está todo mundo em pânico, sem saber o que vai acontecer”, diz o advogado paulistano Roberto Tuchinski, 27, que chegou há sete meses. Seu visto já venceu, mas ele se casou com o namorado americano e vai entrar com o pedido de “green card”, que dá status de residente permanente.
Tuchinski acha que por causa da nova administração, o documento possa demorar a sair. “Fico apreensivo por estar nessa situação incerta. Não posso sair do país, minha mãe quer vir me visitar e já acho que pode ser muito difícil ela conseguir o visto.”
Segundo estimativas do Itamaraty, há 285 mil brasileiros vivendo em Nova York. A comunidade é a segunda maior do país: perde apenas para Boston, onde há 350 mil. Cerca de 1,4 milhão de brasileiros moram hoje nos EUA.
A motorista Margareth Souza, 60, que sempre almoça por lá, tem cidadania americana, mas se preocupa com a filha. A jovem foi beneficiada pelo Daca (Deffered Action for Childhood Arrivals), uma política que desde 2012 protege pessoas que chegaram quando crianças ao país. “Ele é um louco e deve acabar com tudo isso”, diz, referindo-se a Donald Trump.
Sozinha numa mesa, a cozinheira baiana Maria (nome fictício), 70, afirma que não sabe o que esperar do país que a acolheu há 24 anos.
Ela não tem documentação que permita que ela more nos EUA. “Esse país já foi bom, a gente ganhava bem, mandava dinheiro pro Brasil, agora não é mais assim”, diz. Ela está desempregada e não quis ter seu nome publicado por temer perseguição.
Muitos brasileiros trabalham com visto de estudante, que permite apenas estágios. Flávia (nome fictício), 29, estuda inglês e atua no comércio. “Tenho medo de que possam vir atrás de mim por estar trabalhando.”
(RC)