Cia britânica da área comum de comércio europeia.
A Câmara dos Comuns do Reino Unido aprovou nesta quarta-feira (1º) o início das negociações do “brexit”, primeiro passo para que a primeira-ministra, Theresa May, possa conduzir a saída britânica da União Europeia (UE).
O projeto recebeu 498 votos a favor e 114 contrários da Câmara baixa do Parlamento. A medida ainda passará por emendas e uma segunda votação antes de ser avaliada pela na Câmara dos Lordes.
A lei permitirá que Theresa May dê início ao processo de saída da UE —descrito no artigo 50 do Tratado de Lisboa, de 2007, que determina também como ficará a relação do bloco com o membro que decide deixá-lo.
Ela precisou da aprovação do Parlamento depois que a Suprema Corte britânica decidiu que ela não poderia iniciar as negociações sozinha. A previsão é que a Câmara dos Lordes avalie o processo até 7 de março.
Isso permitirá que o diálogo com a cúpula da União Europeia comece em 31 de março, como previa o governo. As negociações deverão levar dois anos, que definirão o futuro econômico britânico e do acordo de 27 países.
Os votos favoráveis vieram de quase toda a bancada conservadora, do nacionalista Ukip (Partido da Independência do Reino Unido) e de dois terços dos deputados do Partido Trabalhista, que faz oposição a Theresa May.
Embora contrária ao “brexit”, a liderança da agremiação defendeu o aval. Do outro lado, ficaram 47 trabalhistas que não seguiram a orientação da cúpula e as bancadas liberal-democrata e o Partido Nacional Escocês.
Apesar do respaldo ao projeto, os trabalhistas tentarão emendar o projeto para dar mais poder ao Parlamento nas negociações. A intenção é impedir o forte impacto que deixar o bloco possa ter na economia britânica.
O principal objetivo é impedir a saída do mercado comum europeu, que prejudicaria principalmente escoceses e galeses, que votaram contra o “brexit”. May defendeu uma saída completa caso as autoridades da UE não concordem com a permanên- DIVISÃO A aprovação acontece depois de dois dias de debates no plenário. O secretário do “brexit”, David Davis, disse que votar contra seria ignorar o plebiscito de junho, em que 51,9% aprovaram a saída.
Depois, o secretário trabalhista do “brexit”, Keir Starmer, pró-permanência, disse que fará o que for melhor melhor para os britânicos. “Simplesmente dizer que não aceitamos não é a maneira de fazer uma luta pelo futuro.”
No fim da votação, dois trabalhistas renunciaram no “gabinete sombra” (grupo da oposição que fiscaliza as ações do governo) e um parlamentar gritou “suicídio” ao anunciarem o resultado..
A polícia da Alemanha prendeu nesta quarta-feira (1º) 16 pessoas suspeitas de envolvimento com a milícia terrorista Estado Islâmico, numa operação no Estado central de Hessen. Mais de 50 casas, lojas e mesquitas foram alvo das buscas.
Entre os detidos está um tunisiano de 36 anos apontado como recrutador do EI. Ele era procurado pelas autoridades da Tunísia por sua suposta participação no ataque ao Museu do Bardo, na capital, Túnis, em que 21 turistas estrangeiros foram mortos em março de 2015.
Na terça (31), as forças de segurança haviam detido três pessoas na capital, Berlim, em uma mesquita com vínculos com o migrante tunisiano Anis Amri, autor do atentado com um caminhão contra um mercado de Natal na cidade, em 19 de dezembro, que matou 12 pessoas.
Desde esse ataque, o país discute como se proteger e, ao mesmo tempo, repensar sua política para refugiados. “As políticas de segurança terão um papel maior do que nas últimas eleições”, afirma à Folha Markus Kaim, analista do SWP (Instituto Alemão para Assuntos Internacionais e de Segurança).
O pleito federal de 24 de setembro será o primeiro depois de uma série de eventos fundamentais à estabilidade alemã, como o deflagrar da crise civil ucraniana, a consolidação do EI, a eleição de Donald Trump nos EUA e o “brexit”, a decisão britânica de deixar a União Europeia.
(DIOGO BERCITO)