Folha de S.Paulo

Decisão do TCU para vendas da Petrobras deve levar até 21 dias

- RENATA AGOSTINI DIMMI AMORA

Ministro que pediu vista do caso diz que prazo é necessário para analisar o processo; estatal precisa do aval do tribunal para fechar acordos

O processo sobre as regras que a Petrobras tem de seguir para a venda de ativos deve voltar ao plenário do TCU (Tribunal de Contas da União) em até três semanas, avalia o ministro Bruno Dantas, que pediu vista do caso nesta quarta-feira (1º).

Ele afirmou à Folha que o pedido foi necessário para sanar dúvidas levantadas por técnicos de sua equipe.

Um prazo maior de análise será necessário somente se novos ajustes no procedimen­to de venda forem pedidos à estatal, disse o ministro.

Até lá, a Petrobras seguirá impedida de vender empresas e campos de petróleo.

O relator do processo que avalia se a estatal está cumprindo a legislação para fazer esse tipo de venda, José Múcio, tinha parecer favorável a liberar as negociaçõe­s, suspensas desde o fim de 2016.

A parada dificulta os planos da estatal, que planeja cortar drasticame­nte sua dívida. O objetivo era vender US$ 15,1 bilhões em ativos até o ano passado, dinheiro que ajudaria a petroleira a reduzir sua dívida. Ao final, foram US$ 13,6 bilhões. Além do TCU, há decisões da Justiça que impedem as vendas.

Em entrevista nesta quarta, o presidente da estatal, Pedro Parente, disse que esperava o fim do bloqueio “o mais rapidament­e possível”.

Os técnicos do órgão de controle e a diretoria da empresa haviam chegado a um acordo. A Petrobras concordou em dar maior transparên­cia às vendas, informando desde o início do processo sobre o que vai ser vendido, e não apenas a possíveis compradore­s, como vinha sendo feito por meio de convites.

Além disso, ficara acertado que a diretoria da empresa teria de exercer um maior controle sobre esse tipo de negociação. Até agora, os diretores só aprovavam o início do processo, quando o ativo era colocado à venda, e o término da negociação, quando a compradora era escolhida e os valores oferecidos eram apresentad­os.

A negociação era tocada somente pelos diretores setoriais da estatal. Agora, todos os diretores da petroleira terão de aprovar as etapas do processo de venda.

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Suamy Beydoun/AGIF/Folhapress O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, durante evento em SP do banco Credit Suisse

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