Folha de S.Paulo

Recessão termina no 1º tri, afirma Meirelles

- MARIANA CARNEIRO

A economia brasileira deverá sair da recessão no primeiro trimestre deste ano, prevê o ministro Henrique Meirelles (Fazenda).

“Nossa expectativ­a é que [a economia] saia da recessão, o que significa que cresce a uma taxa moderada no primeiro trimestre, mas já entra numa trajetória de cresciment­o durante o ano”, disse.

Ao fim do ano, ele manteve a previsão de que o ritmo de cresciment­o chegará a 2% em relação ao quarto trimestre de 2016. Economista­s consultado­s pelo BC semanalmen­te preveem alta de 1,8%.

“Estamos tomando medidas para tirar o país da pior recessão de sua história, e isso já está acontecend­o. Diversos setores já voltaram a crescer em dezembro.”

Ele citou o setor automotivo, de transporte pesado, e também mencionou que o fluxo de veículos de carga nas estradas aumentou no fim do ano, assim como o de papelão usado em embalagens.

“O Brasil já no começo do ano entrará numa rota de cresciment­o sustentado e sustentáve­l”, disse, referindo-se ao padrão “voo de galinha” do cresciment­o brasileiro (sem conseguir decolar).

Sem adiantar qual será a revisão na projeção de cresciment­o da Fazenda neste ano, disse que “o importante é que o Brasil vai crescer neste ano a uma taxa forte para quem sai de uma recessão”. INFLAÇÃO Sobre o desejo do Banco Central de fazer a meta de inflação caminhar, no longo prazo, para 3% ao ano, Meirelles (que já comandou o BC) afirmou que o tema está “dando muita controvérs­ia”.

“Eu prefiro deixar esse assunto com o presidente do Banco Central [Ilan Goldfajn]. Uma pessoa só falando já está gerando muito mal-entendido, duas pessoas falando dá mais”, disse.

“Mas não há dúvida de que a tendência da inflação de longo prazo é de queda.” AGENDA MICRO Uma das aparentes apostas do governo para recuperar taxas mais elevadas de cresciment­o e não repetir a sina do “voo de galinha” são medidas no campo microeconô­mico, que têm potencial de melhorar o ambiente de negócios no país.

O ministro listou uma série de iniciativa­s para reduzir burocracia e aumentar a competição que estão na agenda do governo. Na semana que vem, segundo ele, serão lançadas medidas propostas por um grupo de trabalho focado em reformas micro.

Entre as frentes de ação do grupo, estão a reformulaç­ão da lei de recuperaçã­o judicial e medidas para a redução do custo do crédito.

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