A QUALQUER CUSTO
quais, invariavelmente, rouba o filme. Foi assim como o psicopata de “Alpha Dog” (2006), o bandoleiro de “Os Indomáveis” (2007) e, especialmente, no drama “O Mensageiro” (2009), em que interpreta um militar cuja missão é avisar as famílias de soldados mortos em combate.
Voltando ao cinema dos anos 70: os grandes filmes do período —“Um Dia de Cão” (Sidney Lumet, 1975), “A Conversação” (Coppola, 1974), “A Trama” (Alan J. Pakula, 1974), “Taxi Driver” (Scorsese, 1976)— conseguiam, mesmo em pequenas histórias pessoais, explorar o clima e as circunstâncias de suas épocas. Era um cinema político, mas não panfletário.
Sem querer comparar a qualidade de “A Qualquer Custo” com a desses clássicos, é evidente que Mackenzie conseguiu contar uma história que diz muito sobre a América dos anos 2010, com a decadência financeira do interior dos Estados Unidos, o difícil relacionamento do país com sua população indígena e a desesperança de muitas famílias arruinadas pela crise de 2008.
Quem porém preferir ver o filme como um simples faroeste vai se divertir: as cenas de tiroteios e perseguições de carro são muito bem-feitas.
“A Qualquer Custo” foi indicado a quatro Oscar —filme, ator coadjuvante (Bridges), edição e roteiro original— todos merecidos. Faltaram só as indicações de David Mackenzie a melhor diretor e, principalmente, a de Ben Foster como ator coadjuvante. Ficam para a próxima. (HELL OR HIGH WATER) DIREÇÃO David Mackenzie ELENCO Chris Pine, Ben Foster, Jeff Bridges, Gil Birmingham PRODUÇÃO EUA, 2016, 14 anos QUANDO estreia nesta quinta AVALIAÇÃO ótimo