Folha de S.Paulo

MEU MENINO VADIO

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era o seu —mas já tinha as passagens compradas para se mudar com o novo marido.

Em um plantão judicial, na véspera, a mãe conseguiu uma liminar que permitia a viagem do garoto.

O menino nunca mais voltou integralme­nte ao Brasil. Hoje, vive um ano nos Estados Unidos, com a mãe, e outro no Brasil, com o pai. Sobre essa situação, Vianna é crítico consigo mesmo também.

“Ela não é vilã, e eu mocinho. Contribuí para esse desenvolvi­mento que eu acho nefasto para a vida do Henrique. Escrever só faria sentido se eu fizesse um julgamento de mim mesmo”, diz o autor.

Outro ponto destacado pelo relato é a visão de alguém de classe média, acostumado a seus privilégio­s, que se viu na necessidad­e de lutar pelos seus direitos e os do filho.

“Acaba o privilégio de você ser um riquinho que vai fazer seu filho feliz como você imaginava. Mesmo que eu tivesse muito dinheiro, nunca mais teria uma vida de paz.”

Com um olhar muitas vezes pessimista e cercado de pensamento­s sobre a própria morte, Vianna dedica o livro a sua segunda filha, de seis anos. Espera que, ao crescer, ela possa entender o pai e o irmão. AUTOR Luiz Fernando Vianna EDITORA Intrínseca QUANTO R$ 44,90 (208 págs.) LANÇAMENTO hoje, às 19h; Livraria da Travessa, r. Visconde de Pirajá, 572, Rio, tel. (21) 3205-9002

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