CRÍTICA Tatá Werneck satiriza a própria carreira em ‘TOC’
Digressões da comediante funcionam como esquetes e permitem que a atriz solte a criatividade, arrancando risadas
FOLHA
Tatá Werneck é Kika K em “TOC”, comédia que chega a grande circuito nesta quinta (2). Tatá Werneck também parece ser Kika K na vida real: a personagem é uma atriz que se vê presa nas engrenagens da fama, mais preocupada com o papel que vai ocupar nas capas de revista de boa forma que com os papéis que vai desempenhar em cena.
Não deve ser coincidência qualquer semelhança com a jovem cômica, que ganhou projeção fazendo humor em cima do mundo da celebridade e acabou virando uma do primeiro time após migrar para a Globo, uns anos atrás.
Uma anedota: quando tinha um programa de comédia na TV paga, Tatá fez um esquete que caçoava da estética de comerciais de xampu, com suas dublagens cafonas e fora de sincronia. Anos depois, acabou, quem diria, balançando as madeixas em reclames de cosméticos reais.
Mas, ao contrário de Tatá, Kika sofre de transtorno obsessivo compulsivo e, por isso, não consegue pisar na cor preta e vive sofrendo sobressaltos por achar que esqueceu o fogão ligado.
O distúrbio dá um ritmo frenético ao filme, que tem linguagem de videoclipe, com intervenções gráficas sobre a tela em transição de cenas ou em episódios de delírio da protagonista.
Essa rapidez é ajudada por um roteiro fluido e com um útil espaço para improviso, arte primeira de Tatá. O resultado é um mosaico de cacos da cômica que enriquece o humor do longa.
O filme tem digressões que funcionam como esquetes e permitem à atriz soltar sua criatividade e requentar personagens antigos. O papel da moça abilolada na novela, por exemplo, é um revival de