Temer dá status de ministro a aliado citado na Lava Jato
À frente de Secretaria Geral, Moreira Franco passa a ter foro privilegiado
Pasta tinha sido extinta em reforma feita por Dilma em 2015; PSDB também aumenta participação no governo
Na mesma semana em que o Supremo Tribunal Federal homologou 77 delações premiadas da Odebrecht, o presidente Michel Temer (PMDB) deu status de ministro a Moreira Franco, um dos seus principais conselheiros e aliados no governo.
Antes secretário-executivo do PPI (Programa de Parcerias em Investimentos), o peemedebista passa agora a ter foro privilegiado e só pode ser julgado pelo STF (Supremo Tribunal Federal).
Moreira foi citado 34 vezes na delação premiada de Cláudio Melo Filho, ex-vice-presidente de Relações Institucionais da Odebrecht.
O ex-executivo o acusou de ter recebido dinheiro para defender os interesses da empreiteira. O peemedebista, apelidado de “Angorá” pelo delator, nega irregularidades.
O novo ministro comandará a Secretaria Geral da Presidência, que havia sido extinta em 2015 pela ex-presidente Dilma Rousseff (PT).
A estrutura abrigará, além do PPI, as secretarias de comunicação, administração e o cerimonial, antes vinculados à Casa Civil e à Secretaria de Governo.
A nomeação de Moreira ocorre no rastro de uma reforma ministerial anunciada pelo Planalto.
Em um contraponto ao compromisso feito no início do governo peemedebista de redução dos ministérios, o número de pastas aumentou de 26 para 28, quatro a menos do total herdado pelo governo Dilma. TUCANOS As mudanças também ampliam o espaço do PSDB, principal aliado da gestão peemedebista, na máquina pública. Com a ameaça de deixar o governo para a eleição presidencial de 2018, o partido passa a acumular cinco pastas, uma a menos que o PMDB.
Além da Secretaria Geral, o presidente recriou também o Ministério dos Direitos Humanos, que havia sido extinto pelo próprio peemedebista quando assumiu o Planalto, em maio do ano passado.
A pasta será comandada pela desembargadora aposentada Luislinda Valois, filiada ao PSDB e que exercia o cargo de secretária de Pro- com Cármen Lúcia, que passou por desgaste, Temer decidiu consultar a presidente do STF antes de anunciar o novo ministro da corte. O presidente avalia duas possibilidades: a escolha de um nome do Superior Tribunal de Justiça, o que respeitaria a hierarquia do Judiciário, ou de mulher com atuação técnica na esfera jurídica. moção da Igualdade Racial.
O presidente assinou ainda a nomeação do deputado federal Antonio Imbassahy (PSDB-BA) para a Secretaria de Governo.
O político baiano ocupará o cargo vago desde a saída, no ano passado, de Geddel Vieira Lima, do PMDB, acusado de defender interesses privados junto ao governo. Geddel nega as acusações.
Os três novos ministros tomarão posse nesta sexta-feira (3), no Planalto. SEGURANÇA