Folha de S.Paulo

PF prende no Rio suspeito de ser operador de Cabral

Investigaç­ão aponta que agente fazendário preso tinha rede de lavagem de dinheiro

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A Polícia Federal e o Ministério Público Federal prenderam nesta quinta (2) mais um homem apontado como operador financeiro do esquema de propina do ex-governador do Rio Sérgio Cabral (PMDB).

A Operação Mascate, terceira fase da Lava Jato no Rio, prendeu Ary Ferreira da Costa, à tarde, após agentes não encontrare­m o suspeito em casa. Ele foi detido quando trafegava na Via Dutra, no Rio, e não ofereceu resistênci­a.

De acordo com as investigaç­ões, Aryzinho, como era conhecido, cooperou com um esquema de lavagem de ao menos R$ 10 milhões nos últimos oito anos.

Ele tinha papel semelhante aos atribuídos a Carlos Emanuel Miranda e Luiz Carlos Bezerra, apontados como operadores financeiro­s de Cabral. Porém contava com uma rede própria mais complexa de lavagem de dinheiro, segundo as investigaç­ões do Ministério Público Federal.

“O operador financeiro atuava repassando os valores supostamen­te ilícitos à concession­árias de veículos pertencent­es ao mesmo grupo familiar. O dinheiro retornava através de contratos fictícios firmados entre consultori­as de fachada e essas revendedor­as de automóveis”, afirmou a PF em nota.

Outra parte do dinheiro de propinas foi lavada com a compra de sete imóveis.

A primeira etapa da Lava Jato no Rio, chamada Calicute, foi deflagrada em novembro, com a prisão de Cabral.

Na semana passada, nova fase da operação —a Eficiência— resultou na prisão do empresário Eike Batista e de seu sócio, Flávio Godinho, além de outros operadores de Cabral.

O novo alvo é também a ligação com as atividades de Cabral fora do governo. Ary foi sócio da Creações Opção, empresa que repassou mais de R$ 600 mil à consultori­a Objetiva, criada pelo ex-governador ao sair do governo.

Agente fazendário, Ary é um elo entre o esquema Cabral e fraudes na concessão de benefícios fiscais pelo governo. Delação premiada do economista Adriano José Reis Martins, dono de uma das concession­árias alvo de investigaç­ões, apontou o operador como responsáve­l por facilitar a concessão de isenções e perdão de multas tributária­s.

A defesa do suspeito não foi localizada para comentar o caso. EIKE Detido desde a segundafei­ra (30) no Rio, Eike Batista ainda não recebeu visita de parentes na cadeia. Apenas o advogado o visitou nos últimos três dias.

Eike está preso na cadeia de Bangu 9, na zona norte no Rio. Parentes têm direito a visita, mediante um cadastro na secretaria. A partir daí, fazse uma carteirinh­a que dá acesso ao presídio nos dias de visita. O registro demora no mínimo 15 dias. Há relatos de demora de até dois meses.

Familiares têm direito a visitar o preso sem o registro desde que a direção do presídio aprove.

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Fabio Braga -28.jul.2012/Folhapress Marisa chega ao comitê do filho Marcos, candidato a vereador em São Bernardo em 2012

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