Após pressão, CEO da Uber deixa conselho
O secretário de Segurança Nacional dos Estados Unidos, John Kelly, disse nesta quinta-feira (2) esperar que o muro na fronteira com o México esteja concluído em dois anos e que a construção deve começar nos próximos meses.
“O muro será construído primeiro onde ele é necessário, e depois será completado”, afirmou Kelly em entrevista à rede Fox News. “Eu realmente espero fazer isso nos próximos dois anos.”
O presidente Donald Trump encarregou Kelly de supervisionar a construção da barreira, uma das principais promessas de campanha do republicano. O secretário visitou a fronteira na quartafeira (1°), no Estado do Texas.
Também nesta quinta, Trump afirmou que gostaria de acelerar a renegociação do Nafta, acordo de livre comércio firmado nos anos 1990 entre EUA, México e Canadá.
“Vocês são os caras que podem fazê-lo”, disse o presidente, em reunião com senadores republicanos. Ele voltou a criticar o acordo, chamando-o de “catástrofe” para os empregos americanos, mas não especificou como pretende renegociá-lo.
Para financiar a construção da muralha na fronteira com o país vizinho, Trump estuda impor uma tarifa de 20% sobre todos os produtos importados do México.
Questionado na entrevista sobre o financiamento, o secretário Kelly respondeu que tem confiança de que dinheiro não será problema. “Acho que o financiamento virá relativamente rápido e, como eu disse, nós vamos construir ele primeiro de acordo com os homens e mulheres que trabalham na fronteira.” TENSÃO As declarações de Kelly foram dadas uma semana após o presidente mexicano, Enrique Peña Nieto, cancelar visita a Washington e Trump afirmar que não iria mais discutir publicamente o muro.
O presidente americano chegou a dizer que “o encontro seria inútil se o México não trata os Estados Unidos com respeito”.
De acordo com a Associated Press, durante uma conversa por telefone com Peña Nieto na semana passada, logo após o cancelamento da visita, Trump ameaçou invadir o país vizinho se o governo não contivesse a entrada de “bad hombres” nos EUA.
“Você tem um monte de ‘bad hombres’ aí embaixo. Você não está fazendo o suficiente para pará-los. Acho que seus militares estão com medo. Os nossos, não, então eu posso mandá-los aí para baixo para cuidar deles.”
O executivo-chefe da Uber, Travis Kalanick, deixou o conselho de empresários de Donald Trump após ser pressionado devido ao decreto contra imigrantes de países islâmicos e refugiados.
Em e-mail a funcionários, ele disse conversado com Trump sobre os problemas da política anti-imigração, mas preferiu deixar o grupo para evitar ser mal interpretado.
A saída acontece após a Uber sofrer um boicote nos EUA por oferecer tarifas mais baixas em Nova York enquanto os taxistas faziam greve contra a medida de Trump.
Kalanick chegou a dizer ser contra o decreto e anunciar um fundo de ajuda aos motoristas imigrantes, mas não estancou a perda de clientes.
A saída acontece no dia em que o Instituto Gallup divulgou uma pesquisa em que 55% dos entrevistados são contra a proibição a imigrantes, 58% rejeitam o veto à entrada de refugiados sírios e 60% condenam o muro na fronteira com o México.