ELN destrava negociação de acordo de paz ao soltar refém na Colômbia
Em aceno a governo, 2ª maior guerrilha do país liberta ex-congressista sequestrado há 9 meses
Conversas com o ELN se intensificaram no ano passado, durante a fase final de acordo de paz com as Farc
O ELN (Exército de Libertação Nacional), segunda maior guerrilha da Colômbia, libertou nesta quinta (2) o excongressista Odín Sánchez Montes de Oca, 60, sequestrado desde abril de 2016.
Com isso, o grupo cumpriu o último requisito imposto pelo governo de Juan Manuel Santos para que tivesse início a fase de negociações públicas do acordo de paz com a milícia.
Espera-se que as duas partes comecem a discutir tratado no próximo dia 7, em Quito, no Equador.
A novela do cativeiro de Montes de Oca foi acompanhada por toda a Colômbia. O político havia se oferecido à guerrilha em troca de seu irmão Patrocinio Sánchez, exgovernador de Chocó, sequestrado em 2013 e cuja saúde estava muito debilitada.
Patrocínio foi liberado, mas Odín permaneceu até esta quinta (2) em poder da guerrilha. O ELN considera ambos inimigos por supostamente terem conexão com paramilitares que teriam sido responsáveis pelo assassinato de vários guerrilheiros.
O ELN é uma das milícias mais antigas em atividade na Colômbia. Assim como as Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia), que chegaram a um acordo com o governo no fim do ano passado, o ELN formou-se nos anos 1960. Apesar das coincidências ideológicas –ambas as milícias são de origem marxista–, o ELN guarda diferenças com as Farc.
Se caracterizam, por exemplo, por ser um grupo mais ligado à religião, tendo integrantes vinculados à Teologia da Libertação, e por atuar em células menores. Nunca tiveram grande exército e estima-se que operem com cerca de 2.000 guerrilheiros.
Seu foco está na realização de sequestros estratégicos e ações pontuais, como derrubar torres de energia. Assim como as Farc, praticam extorsão e narcotráfico. Sua influência é grande em Departamentos (Estados) mais humildes, como Nariño, Santander, Tolima, Cesar e Arauca.
No ano passado, quando o governo encontrava-se na fase final das negociações com as Farc, as conversas com o ELN se intensificaram.
Enquanto a equipe de negociadores de Santos queria evitar que dissidentes das Farc se aliassem à guerrilha, o ELN manifestou vontade de fazer um acordo parecido, em que também pudessem ter acesso a um tribunal especial e assim obter anistias e diminuição de penas.
Os dois lados, então, decidiram dar início às negociações em outubro. A data, porém, não se cumpriu porque o ELN se recusou a devolver sequestrados, exigência do governo. Santos, então, aceitou que a guerrilha mantivesse alguns, mas que liberasse Montes de Oca.
Outros sequestrados seguem em poder da guerrilha, e isso vem sendo considerado um grande entrave.
Em sinal de boa vontade, o governo também libertou dois integrantes da milícia que estavam em seu poder.
A chanceler alemã, Angela Merkel, chegou nesta quinta-feira (2) à Turquia, em sua primeira visita depois da tentativa de golpe de Estado de julho, em momento de tensão entre Berlim e Ancara.
Em entrevista coletiva com o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, ela falou de suas preocupações com o estado da liberdade de expressão na Turquia.
Os dois líderes também discutiram o pacto migratório concluído em março entre a Turquia e a União Europeia, a situação na Síria e no Iraque, bem como relações comerciais, segundo Erdogan.
Autoridades alemãs pediram diversas vezes que a Turquia respeite o Estado democrático de Direito. Mais de 43 mil pessoas foram detidas e mais de 100 mil suspensas ou demitidas desde julho.
A Turquia acusa a Alemanha de abrigar “terroristas” por se negar a extraditar supostos golpistas e membros de organizações ilegais, como o Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK) e grupos de extrema esquerda.