Folha de S.Paulo

Governo avalia elevar valor máximo de imóvel para compra com FGTS

Proposta sob análise prevê que limite de preço passe de forma temporária para até R$ 1,5 milhão

- RENATA AGOSTINI

Teto de renda para ingressar no Minha Casa, Minha Vida vai passar de R$ 6.500 mensais para R$ 9.000

O governo avalia incluir nas medidas de estímulo ao setor da construção, que devem ser anunciadas em breve, o aumento do valor do imóvel que pode ser financiado com recursos do fundo de garantia do trabalhado­r.

Pela proposta em estudo, o teto poderia chegar a R$ 1,5 milhão. O limite hoje é de R$ 950 mil para quem deseja comprar imóveis em São Paulo, Minas Gerais, Rio e Distrito Federal. Nos demais Estados, o teto é de R$ 800 mil.

Se confirmado, o aumento do limite seria apenas temporário, segundo relataram à Folha três integrante­s do governo a par das conversas.

O plano foi discutido por Caixa, ministério­s da Cidade e do Planejamen­to e executivos da construção. E já foi apresentad­o a integrante­s do Ministério da Fazenda.

O aval da Fazenda é neces- sário, pois o aumento tem de passar pelo CMN (Conselho Monetário Nacional).

A elevação mais recente ocorreu em novembro de 2016, após três anos de congelamen­to. Na ocasião, o teto foi de R$ 750 mil para R$ 950 mil.

Como forma de viabilizar o novo aumento, o grupo de trabalho que debate as medidas de incentivo ao setor sugere que ele valha apenas durante determinad­o período.

O novo limite seria mantido até que os desembolso­s do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) alcancem a soma de R$ 500 milhões.

Nessa conta, só entrariam as retiradas do fundo para imóveis com valor acima dos limites hoje vigentes. Atingido tal montante, o teto excepciona­l seria extinto. ESTOQUES As incorporad­oras gostariam que o novo teto fosse usado somente para a compra de imóveis novos e prontos.

Os empresário­s argumentam que uma regra como essa ajudaria as construtor­as que trabalham no segmento de mais alta renda a reduzir os estoques, hoje em níveis elevados.

O governo já se mostrou disposto a atender pleitos do setor, mas um integrante de equipe de Michel Temer afirma que contrapart­idas são necessária­s. Segundo ele, o desempenho das incorporad­oras será acompanhad­o de perto. “Não são medidas para ajudar empresas, mas para gerar emprego”, diz.

A construção civil cortou 776 mil postos de trabalho com carteira assinada nos últimos dois anos. MINHA CASA

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Raquel Cunha - 30.out.2015/Folhapress Empreendim­ento em Alphaville, em Barueri (Grande SP)

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