Inadimplência em escolas privadas de São Paulo atinge recorde em 2016
A inadimplência média nas escolas particulares de São Paulo foi de 8,83% em 2016. É a taxa mais alta desde, pelo menos, 2011, segundo o Sieeesp (sindicato dos estabelecimentos de ensino).
A expectativa era que o número de alunos com mensalidades atrasadas fosse ainda maior, diz o presidente da entidade, Benjamin da Silva.
“Mesmo com o quadro de desemprego, há uma resistência muito grande em tirar os filhos do colégio, até pelo nível atual da escola pública.”
Na Rede Adventista de Educação, que tem 82 unidades no Estado, a taxa chegou a 7,8%, aumento de 0,8 ponto percentual em relação a 2015, afirma Antonio Alves, diretorgeral do grupo em São Paulo.
“Nos últimos anos, desenvolvemos um processo mais rigoroso na matrícula, tanto na parte pedagógica, como para ver se o cliente tem débitos, mas com cuidado para não haver constrangimento.”
A inadimplência chegou a um dos níveis mais altos desde os anos 1990, mas a situação foi menos grave que em outros setores, diz Eugênio Cordaro, consultor da Corus e diretor da Abepar, que reúne escolas privadas.
“Colégio e plano de saúde 7,97 8,83 costumam ser as últimas coisas que as pessoas cortam na crise”, afirma.
“Os donos de escolas se profissionalizaram. Há uma preocupação maior com a cobrança, até para evitar repasses de custos.”
A previsão da Sieeesp e da consultoria é que o índice caia ou se mantenha pelo menos estável em 2017.