Folha de S.Paulo

Jornalista erudito entendido de construção

- NILDO CARLOS OLIVEIRA (1939-2017) FERNANDA PEREIRA NEVES RUBENS KOCHEN - Aos 83, viúvo. Cemitério Israelita do Butantã, av. Eng. Heitor Antonio Eiras Garcia, 5.530, Butantã. MAURO GUIMARÃES SQUIZATO - Nesta sexta (3) às 19h, na Igreja N. Sra. Mãe do Salva

Nildo não tinha faculdade de engenharia ou prática em construção, mas entendia do assunto. Tanto que acompanhou de perto obras como a da Transamazô­nica, de Itaipu e da ponte Rio-Niterói.

Foi na condição de jornalista que esse alagoano aprendeu tudo sobre construçõe­s. Das pequenas coberturas sobre o assunto foi até a publicaçõe­s especializ­adas, como a revista “O Empreiteir­o”, onde foi editor-chefe até 2016.

Para o jornalismo, o baixinho Nildo parecia ter se preparado desde pequeno. Adquiriu o gosto pela leitura ainda menino, em Marília, no interior paulista, cidade para onde se mudou com a mãe e os irmãos após a morte do pai.

Descartava os passeios e jogos de futebol quando deixava a sapataria em que trabalhava para ajudar na renda da família, e ia para casa ler.

Quanto mais livros lia, mais refinava seu gosto pela literatura, chegando a acumular uma “biblioteco­na” em casa, brinca sua mulher, Rubina.

Foi a paixão pelas palavras que o levou ao jornalismo. Começou no “Diário de Marília”, mas se mudou para São Paulo, em 1964, onde trabalhou em lugares como a Folha, por 16 anos, e a agência de notícias Associated Press.

Também escreveu, editou e revisou livros de engenharia, romances e contos. “Escrevia compulsiva­mente”, diz o amigo Augusto. Sua última obra, “O Mestre da Arte de Resolver Estruturas”, sobre o engenheiro Bruno Contarini, foi lançada no ano passado.

Também mantinha um blog, no qual ainda escreveu algumas horas antes de morrer, no dia 26, aos 77 anos, devido a um infarto. Deixa a mulher, dois filhos e cinco netos. coluna.obituario@grupofolha.com.br 7º DIA

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil