Folha de S.Paulo

Hegemonia do Santos já é a maior da história

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nizete pode jogar como segundo volante que chega na área. Ele sabe jogar bola. Quando atuou comigo no Coritiba, chegava no ataque. Mas ele criou uma imagem no Atlético-MG de volante brigador, de marcação e que luta em campo.

Sim, ele criou essa imagem mesmo e tem experiênci­a em Libertador­es. Jogou quatro vezes. É uma imagem que não é real. Ele sabe jogar bola. Não preocupa que sua maior força ofensiva seja o Ricardo Oliveira, um atacante de 36 anos que começa a ter problemas físicos? Você tem um plano B para atuar sem ele no ataque?

O Ricardo é um jogador diferencia­do. Na função dele, é acima da média. Ele tem vivido algumas situações complicada­s [neste ano, se recupera de caxumba] e é natural que me preocupe. Temos de aprender a também jogar sem ele. Não tenho como esconder que me preocupa. Você tem alguma explicação racional para o Santos ter dominado o Campeonato Paulista nos últimos oito anos?

Explicação racional, eu não tenho. A gente tenta entender, mas não encontra um motivo. Você pode incluir até antes de 2009. Eu joguei uma final de Campeonato Paulista contra o Santos em 2007, pelo São Caetano, e perdi. É um clube que criou uma identifica­ção muito grande com o torneio. E a sua afinidade com o Santos? Em duas passagens, associou sua imagem e a do clube a um futebol ofensivo, bonito... Tem explicação?

Não sei. Creio que no Santos houve essa comunhão. Uma coisa de acreditar no trabalho desde o início. E queremos continuar com isso no Paulista deste ano. Tem uma importânci­a muito grande.

COLABORAÇíO PARA A FOLHA

O domínio exercido pelo Santos desde 2009 é o maior de um clube na história do Campeonato Paulista. A equipe venceu o torneio em 2010, 2011, 2012, 2015 e 2016. Foi vice em 2009, 2013 e 2014.

Jamais outro time foi campeão ou vice no espaço de oito anos consecutiv­os. Mesmo entre 1958 e 1969, quando o Santos também teve hegemonia na competição, graças à era Pelé, não houve uma sequência tão boa.

O clube ficou com o troféu em 1958, 1960, 1961, 1962, 1964, 1965, 1967, 1968 e 1969. Mas nos anos que não venceu, foi vice apenas em 1959. Em 1963 e 1966, ficou em terceiro.

Neste século, o Santos também foi campeão em 2006 e 2007. Vitórias que fizeram com o que o clube se igualasse ao Palmeiras como o segundo maior ganhador da história do Paulista (22 títulos). Atrás do Corinthian­s, com 27.

“Há uma tendência hoje em dia de menospreza­r o Paulista, dizer que não tem tanta importânci­a. Eu conheço grandes treinadore­s que nunca venceram um Paulista. É o torneio regional mais disputado do país. Por isso que as campanhas recentes do Santos devem ser motivo de orgulho”, afirma o técnico Dorival Júnior.

Entre o século passado e o atual, o Santos ficou 22 anos sem ser campeão estadual. O jejum de títulos começou em 1984 e acabou apenas em 2006. (AS)

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