Filmes autorais terão espaço cativo em 21 cidades do país
Sessão Vitrine Petrobras exibirá longas a R$ 12 em cinemas e horários fixos
‘O Ornitólogo’, ‘Rifle’ e ‘Martírio’ estão entre os primeiros escolhidos a ocuparem as salas do circuito do projeto
“O Ornitólogo”, de João Pedro Rodrigues, levou o prêmio de direção no Festival de Locarno. “A Cidade Onde Envelheço” levou três Candangos no Festival de Brasília. E “Rifle” vai na mala do gaúcho Davi Pretto para ser exibido no Festival de Berlim.
Mas, entre o fuzuê criado nas mostras e a estreia em salas comerciais de cinema, existe um buraco negro que traga boa parte dos filmes.
A partir da próxima quinta (9), longas autorais, brasileiros ou em coproduções com o Brasil, que teriam dificuldades para encontrar espaço no abarrotado circuito de cinema, terão sessões cativas em 21 cidades do país.
O projeto, chamado Sessão Vitrine Petrobras, foi idealizado pela distribuidora Vitrine, voltada a esse segmento de filmes, e tem patrocínio da Petrobras. Em São Paulo, estará em dois espaços: Espaço Itaú Augusta e Belas Artes.
Funcionará assim: a cada duas semanas, um novo filme escolhido pela Vitrine estreará em horário fixo em salas predeterminadas. A hora das sessões pode variar a cada cidade, mas deve se concentrar no período noturno.
O primeiro escolhido é “A Cidade Onde Envelheço”, da mineira Marília Rocha, sobre duas amigas portuguesas que se encontram em Belo Horizonte. O longa levou o prêmio principal no último Festival de Brasília, em setembro.
Outro título elogiado nessa mesma mostra, o documentário “Martírio”, de Vincent Carelli, que trata do massacre de índios guaranis na fronteira com o Paraguai, estreia nessa sessão em 13/4.
Já “O Ornitólogo” abriu o Festival Mix Brasil, passou no Festival do Rio, e chega ao circuito em 30/9. No longa, um pesquisador se perde numa floresta e vive experiências entre o erótico e o sagrado.
“Vi toda uma geração que fazia sucesso em festivais, mas que não tinha nenhuma perspectiva de estrear comercialmente”, diz Silvia Cruz, diretora da Vitrine. “A sessão é uma tentativa de criar algo como um festival permanente.”
Algo semelhante foi implantado em 2011 e 2013 por Cruz em edições temporárias que revelaram nomes como os de Adirley Queirós (“Branco Sai, Preto Fica”) e de Gabriel Mascaro (“Boi Neon”). A diferença é que agora a sessão contará com patrocínio para garantir continuidade e preços menores: R$ 12 a inteira.
“Tendo horário certo, criase um público fiel”, diz a distribuidora. “E o ingresso mais barato propicia a descoberta. Com o ingresso mais caro, o espectador tende a apostar no que já é mais conhecido.”
As salas participantes e filmes em cartaz podem ser vistos em sessaovitrine.com.br.
Cidades da Austrália e do Japão estavam no páreo, mas foi São Paulo a escolhida para sediar a primeira edição internacional do Dekmantel, consagrado festival de música eletrônica que já teve cinco edições em Amsterdã (Holanda) e acontece neste fim de semana no Jockey Club.
Da space-house de Joey Anderson às brasilidades do duo Selvagem, os 54 nomes que formam o line-up de dois dias representam um garimpo musical focado em experimentações eletrônicas.
Os holandeses contaram com a ajuda dos DJs do Gop Tun, núcleo de festas que pesquisa novas sonoridades e artistas na cidade. “É importante ver os curadores se arriscando um pouco mais”, diz a paulistana Luisa Puterman, que se apresenta no sábado. QUANDO sáb. (4) e dom. (5), 13h, ONDE Jockey Club, av. Lineu de Paula Machado, 1263, e Fabriketa, r. do Bucolismo, 81 (programa em dekmantelfestival.com.br/pt) QUANTO de R$ 450 a R$ 800 no Jockey Club e R$ 90 no Fabriketa