Fantoches do globalismo
O “brexit” e a vitória republicana nos EUA motivaram um debate acerca da legitimidade de limitar a imigração em nome da segurança e do fortalecimento da economia das nações.
Sem dúvida alguma, cabe ao governo a responsabilidade em prover a segurança e a prosperidade dos seus cidadãos segundo a Constituição em vigor —e o estabelecimento de regras de imigração é um direito de qualquer país senhor do seu destino.
Todavia, esse debate gravita em torno de uma questão mais profunda e pouco abordada: a soberania nacional é um valor absoluto?
Até perto do final do século anterior, um cidadão razoavelmente instruído ficaria pasmo diante dessa indagação, pois a soberania é um valor básico que historicamente separa os povos livres dos escravizados. A própria ONU estabeleceu em sua declaração de princípios a inviolabilidade da autonomia das nações; nem mesmo ela poderia interferir nas questões internas de um país.
Entretanto, a criação de novos organismos supranacionais, como a União Europeia, provocou mudanças neste quadro, relativizando a autonomia dos Estados-nação.
A promessa de transformação radical da sociedade em um mundo globalizado, sem fronteiras, uniforme e monopolar, foi capaz de aproximar grupos aparentemente opostos e irreconciliáveis, como os adeptos do neoliberalismo e do ideário progressista. A reordenação da estrutura de poder mundial atraiu tanto a cobiça de megacorporações quanto os sonhos de velhas utopias nos dois lados do Atlântico.
O “poder sem rosto” de Bruxelas e Davos começou a dirigir a economia dos países da União Europeia, enquanto financiava projetos ousados de reengenharia social pelo mundo.
Em diversas nações, a estratégia globalista alcançou grandes êxitos: a eliminação de barreiras alfandegárias, a supremacia no meio educacional, a desconstrução da família, a liberação do uso de drogas, o avanço do feminismo, do racialismo e da ideologia de gênero, além do enfraquecimento do nacionalismo e da religião cristã.
Nesse contexto, o fluxo de refugiados (em sua maioria com pouca ou nenhuma qualificação profissional) foi apresentado ao público como solução para o deficit populacional europeu e como um instrumento de “fortalecimento da economia”, ignorando o pesado encargo social decorrente.
Já as tragédias no Mar Mediterrâneo foram exploradas à exaustão pela mídia, que chamou os críticos da imigração irrestrita de “xenofóbicos insensíveis”. Raras foram as vozes apontando a intervenção ocidental na Síria (origem de 1/3 dos refugiados) como agente desestabilizador do país e de crescimento do Estado Islâmico.
Contudo, a falência do multiculturalismo e a explosão do desemprego puseram em xeque os planos globalistas. A série de atentados terroristas no Velho Mundo evidenciou a fragilidade e a impotência dos governos europeus, obrigados a engolir as cotas de imigrantes impostas pela União Europeia.
Nem mesmo o suporte irrestrito da imprensa à causa progressista conseguiu deter a reação nacionalista, pois a crescente influência das mídias sociais denunciou os filtros politicamente corretos usados pelo jornalismo.
Embora a defesa da causa migratória possua altruístas sinceros, os refugiados são usados como fantoches pelo globalismo, sedento em importar e cooptar minorias para diluir e relativizar os valores ocidentais. Por fim, na essência do debate da questão migratória, o internacionalismo totalitarista e o direito de liberdade dos povos travam uma luta silenciosa, porém feroz. DURVAL LOURENÇO PEREIRA,
Lindo texto de Tati Bernardi (“Como vivem os adultos”, “Cotidiano”, 3/2). Sim, acredito que continuamos sendo as mesmas crianças amedrontadas, angustiadas, cheias de dúvidas e de curiosidades.
ROSA FREITAS
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