Folha de S.Paulo

De que aquele enredo é falso, e o inquérito, se houver, será arquivado.

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Folha - O sr. prega independên­cia da Câmara em relação ao Judiciário. Como será sua relação com o STF?

Rodrigo Maia - Com diálogo, harmonia, mas querendo respeito da parte que cabe à Câmara, de legislar. O Supremo tem legislado. Muitas vezes, a própria Câmara é responsáve­l pelo empoderame­nto do Poder Judiciário. O grande protagonis­ta da eleição foi saber se haveria uma liminar ou não contra a minha candidatur­a. Não foi um debate sobre a Câmara. Nós temos que ser os responsáve­is pela harmonia entre os Poderes. O sr. acha que as arestas criadas na base nesta eleição podem refletir em votações?

Acho que essas arestas não existem. O problema do PMDB não vem de hoje. O processo de impeachmen­t gerou estruturas muito maiores do que seu tamanho real antes —o PMDB foi um caso— e depois. O presidente Michel Temer está arbitrando esses espaços.

A base fazia o discurso “o PT já tem o presidente [da República], não precisa ter o resto”. Agora, é diferente: “o PMDB já tem o presidente, não precisa ter o resto”. Só que o PMDB não pensa assim. O presidente vai precisar arbitrar esse conflito, que não tem relação com a eleição. Tem relação com o espaço generoso que a presidente Dilma deu ao PMDB para tentar evitar o impeachmen­t, e ao espaço menor que as expectativ­as de deputados do PMDB pós-impeachmen­t. A delação de Cláudio Melo Filho [executivo da Odebrecht que o aponta como beneficiár­io de R$ 600 mil] é uma de 77 delações. De que forma eventuais menções preocupam o sr.?

Não preocupam, o enredo é falso, o tempo vai resolver isso. A minha defesa e o trabalho do Ministério Público vão chegar claramente à certeza O sr. conhecia o Cláudio? outros consórcios de participar [na época do leilão, em 2013, o governo restringiu a participaç­ão de companhias que já operavam em outros aeroportos]. Mas sempre foram conversas muito tranquilas, nunca teve nenhum tipo de ambiente de troca, nada disso, então esse enredo é totalmente falso. presidente e foi acertada. Tem que tomar cuidado porque há uma delação, não há ainda uma denúncia. Então tem que tomar cuidado para não tirar da pessoa o seu direito antes que uma investigaç­ão do MP avance. O sr. pretende votar novamente algum projeto de anistia ou abuso de autoridade?

Abuso de autoridade tem um debate que está sendo proposto pelo próprio Ministério Público. Até o dr. [Rodrigo] Janot [procurador-geral da República] ficou de encaminhar um texto para iniciar o debate, vamos fazer um debate de forma transparen­te.

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