Assessora da Casa Branca inventa ataque terrorista
DE SÃO PAULO
Kellyanne Conway, uma das principais assessoras do presidente Donald Trump, inventou um ataque terrorista que nunca ocorreu nos EUA, além de citar um suposto veto do ex-presidente Barack Obama a refugiados iraquianos que também não existiu.
A declaração foi dada em entrevista nesta quinta-feira (2) à rede MSNBC, na qual Conway defendia o decreto de Trump que barrou a entrada de cidadãos de sete países muçulmanos e refugiados.
“Eu aposto que é uma informação novíssima para as pessoas que o presidente Obama teve um veto de seis meses a refugiados iraquianos depois que dois iraquianos vieram para este país, foram radicalizados e foram as mentes por trás do massacre de Bowling Green. Isso não foi mostrado”, disse Conway.
Não houve, porém, um “massacre de Bowling Green”. Conway provavelmente se referia aos iraquianos Waad Ramadan Alwan e Mohanad Shareef Hammadi, que moravam em Bowling Green, no Estado do Kentucky.
Os dois entraram nos EUA em 2009 com o status de refugiados. Dois anos depois, foram presos sob suspeita de terrorismo e condenados a dois anos de prisão após se declararem culpados.
Segundo documentos do processo, eles disseram a um espião do FBI que pretendiam fornecer armas e explosivos para a rede terrorista Al Qaeda no Iraque. Não há evidências de que a dupla planejasse um ataque nos EUA.
Após o incidente, o governo Obama ordenou que 58 mil refugiados iraquianos fossem reexaminados. O acolhimento de refugiados, porém, não foi interrompido.
Após a entrevista, Conway pediu desculpas nas redes sociais, afirmando que se confundiu e que pretendia dizer “terroristas de Bowling Green”. Recentemente, ela foi alvo de controvérsia após classificar como “fatos alternativos” informações falsas divulgadas pelo governo sobre o público da posse de Trump.