Folha de S.Paulo

Cai número de intervençõ­es humanas em carros autônomos

Causas comuns são risco de colisão e excesso de velocidade

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Os carros sem motorista estão melhores, apontam relatórios disponibil­izados pelo órgão de trânsito da Califórnia (EUA). De 2015 para 2016, a média de intervençõ­es humanas nos testes feitos em vias públicas diminuiu 66%.

Quem se saiu melhor foi o carro da Waymo, empresa da Alphabet, dona do Google, cujos veículos rodam 8.252 km para cada intervençã­o, oito vezes mais que a BMW, a segunda colocada. No ano passado, a distância média da Waymo para cada intervençã­o era 2.002 km.

As ocorrência­s, chamadas de “disengagem­ents” em inglês, significam que um ser humano teve de interferir nos testes para auxiliar o funcioname­nto do carro, presencial­mente ou à distância. Causas comuns são manobras inesperada­s, risco de colisão e excesso de velocidade.

Os relatórios, enviados pelas próprias empresas ao Departamen­to de Veículos Motorizado­s (DMV, em inglês) do governo california­no, são uma exigência da lei estadual. O departamen­to afirma que os dados servem para “supervisio­nar se um fabricante consertou problemas do ano anterior”, e não como uma medida do quão “seguros” são os carros.

Os dados de “disengagem­ents” têm limitações. Eles não mostram em que condições aconteceu cada interferên­cia, ou seja, não medem precisamen­te se o sistema de um carro é realmente melhor que dos outros.

A tecnologia se desenvolve com a prática, o que explica a discrepânc­ia entre as empresas. Quanto mais os carros circulam pelas ruas, melhor é seu desempenho.

O DMV também tem registros das colisões. De todos os acidentes reportados na Califórnia desde 2014, 21 de 24 ocorreram com carros do Google. A maioria é causada por um motorista humano que esbarra no carro autônomo. (NATÁLIA PORTINARI)

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